Comissão da Verdade? Que “verdade” é essa?
Alessandro Barreta Garcia
www.alessandrogarcia.org
Posicionamentos de grupos militantes defensores de uma “Comissão da Verdade”, prendem-se em argumentos falaciosos para investigar apenas os crimes durante os regimes militares no Brasil (em específico o período de 1964-1985). Argumentam que os crimes só devem ser investigados de um dos lados, nesse caso, os supostos crimes cometidos pelos militares. Quanto aos militantes terroristas/comunistas, normalmente declaram que não cometeram nenhum crime.
Que “verdade” é essa?
Em 1962 membros das ligas camponesas praticavam treinamentos de guerrilha armada (nesse período, Jango era o presidente), em 1963 os sargentos se agitavam claramente a favor de uma revolução comunista (USTRA, 2007). Dada essa situação incontrolável, era preciso tomar atitudes enérgicas, pois, do contrário nos transformaríamos em um campo de extermínio como Cuba (17 mil morto no paredón), China ou Rússia com 76.702.000 de mortos entre 1949 e 1987 e 61.911.000 de mortos entre 1917 e 1987 respectivamente .
De acordo com Paola (2008):
As ações armadas que já existiam de forma esporádica antes de 64 – como Ligas Camponesas de Francisco Julião e os Grupos dos Onze de Leonel Brizola – se intensificaram desde então, mas ainda sem as características de ação coordenada. Já em agosto de 64 descobria-se um plano terrorista de inspiração brizolista em Porto Alegre, que levava o nome de Operação Pintassilgo, que previa o ataque a diversos quartéis, a tomada da Base Aérea de Canoas, no Rio Grande do Sul, e a utilização dos aviões para o bombardeio aéreo do Palácio Piratini, visando à morte do Governador Ildo Meneghetti (PAOLA, 2008, p. 150-151).
Felizmente a operação foi abortada com a prisão do capitão aviador, Alfredo Ribeiro Daudt. Outros militares estavam envolvidos e o desfecho dessa operação terrorista não pode ser finalizado. Dessa forma, a origem dessa operação já estava em curso muito antes de 64 como já afirmamos no envolvimento das Ligas Camponesas de Francisco Julião e os Grupos dos Onze de Leonel Brizola.
Até o inicio dos anos 70, 300 bancos foram assaltados e 300 militantes foram realizar curso em Cuba (USTRA, 2007, PAOLA, 2008). Conforme Ustra (2007), em 31 de março de 1966, uma bomba explode no prédio dos correios de Recife. Outra bomba neste mesmo dia atingiu a residência do comandante do IV Exército, e uma terceira, e destinada à câmara municipal, falhou. Em 20 de maio, os atentados terroristas se destinavam a Assembleia Legislativa, sendo arremessados coquetéis molotov e uma banana de dinamite.
Em 25 de julho de 1966, explode outra bomba que atinge um civil, no qual sofre escoriações pelo rosto, este atentado ocorreu na União dos Estudantes de Pernambuco. Outra bomba atinge o escritório do serviço de informação dos Estados Unidos, por sorte ninguém saiu ferido.
Os terroristas/comunistas agiam indiscriminadamente, e seus alvos eram tanto militares como civis, tudo isso com a finalidade de se instaurar um regime no qual notoriamente já se sabia o resultado, o extermínio de inocentes (BROWN, 2012). Muitas mortes estavam por vir caso os militares brasileiros não se antecipassem a tais propósitos. Outros atentados terroristas (em 1968) foram destinados ao QG do Exército Brasileiro ocasionando a morte de um soldado, um capitão do Exército dos EUA e um major do Exército alemão.
Estes são alguns exemplos do terrorismo no Brasil, e em nenhum momento a população brasileira se considerou partidária dessas ações, pois todo brasileiro virtuoso é contrário ao descumprimento das leis e da Constituição. A Constituição que aprovava o combate ao terrorismo foi respeitada e com a anistia, tanto o excesso de energia dos militares como as ações terroristas dos comunistas foram superadas por meio de um esquecimento jurídico. Com base na superação dos conflitos históricos, uma vez que, estes não contribuem com a paz, entende-se que julgar anistiados só provoca a instabilidade jurídica, fato este que na continuidade da história só provocará desgraça.
Apenas investigar um dos lados da história é a prova cabal de que a “Comissão da Verdade” deveria se chamar: Comissão da Falácia. Afastando-se da dialética, confronto entre tese, antítese para aí sim chegar-se a síntese, tal Comissão apenas gasta o dinheiro público para responder uma pergunta que os militantes já acreditam ser a “verdade”. Apenas eles acreditam nessa historinha. Apenas eles gastam o dinheiro de todos nós. Quando dizem que lutavam por democracia, outra mentira é contada, comunistas nunca lutaram pela democracia e sim por uma ditadura do proletariado tal como na URSS de Stalin.
Referências
BROWN, A. Ascensão e queda do comunismo. Tradução de Bruno Casotti. – 2ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2012.
PAOLA, H, de. O eixo do mal latino-americano e a nova ordem mundial. São Paulo: É Realizações, 2008.
USTRA, C. A. B. A verdade sufocada: a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça. 6ª edição. Brasília: Editora, 2007.
Publicado originalmente no MAC:
http://aliancacidada.wordpress.com/2012/09/22/comissao-da-verdade-que-verdade-e-essa/