vida, vida, vida.
Que fardo pesado. A vida imprimi caminhos, por vezes, penosos e cheios de curvas perigosas. É preciso mais que atenção, estar atento é minúcia indispensável, mas de qualquer forma, sempre há estradas que te colocam para fora dos trilhos.
A hora exige centrar o coração e muito mais a alma. Viver de pormenores, e encontrar neles a razão, antes, se atinar para si.
É dada a largada e no mesmo ponto, foi apitado o final. Onde algo termina, outro começa. É preciso abrir as janelas, olhar o que a vida tem a ofertar. Cada escolha, uma renúncia. Eu não tive intrepidez para fazer a minha, a vida inquieta, se pôs à frente dos relógios e determinou que era hora. Sôfrega e do mesmo modo fulgurante, vibro os novos ensejos, as novas oportunidades. Traz nas lágrimas a conjuntura de algo sereno. Um novo sentimento a ser revelado, experimentado, aproveitado, versado, agora mais matraqueada por pedras do dever, e a cada novo viver, descobrimos algo a mais. E para isso que estamos aqui, nada além...apenas uma missão.
Outrora, me vi em vil desânimo sonhando (aquela época utopia) com dias melhores. Achei que era preciso regozijar com o que havia de mais sofrido nos meus dias e assim seria até um novo sofrimento - maior. Hoje decidi não acordar para mais um dia, decidi que devo acordar para VIDA. Quantas sementes lúgubres foram deixadas na terra e regadas por dolorosas lágrimas? Viste, acompanhaste, vivenciaste e ouso dizer que na pele experimentaste de minhas dores, e lembras como éramos tomadas de inconformidade ao senti-las? Aquele destino não era meu, as páginas não eram do meu livro. As sementes foram jogadas em terrenos alheios, e meus cuidados circunscritos, era preciso esperar por chuvas. Chega! Dar um basta nas condolências e tudo mais que possa afetar o espírito é sinal de sagacidade, destreza com a própria paz.
Correr riscos e viver no limite do que há por vir e mais. Aspirar novos ares. É preciso reconhecer que as fatalidades e possibilidades encalçadas por nossas escolhas, sejam elas quais forem, nos dão a direção do desígnio. Eu só espero ter sorte, pois merecedora eu sou.
Que tracemos nossos sumiços, que sejamos nutridas então por nossas silenciosas e cruciantes insanidades e que voltemos ao devaneio do nosso mundo (de amor verdadeiro, de pessoas boas e desprovidas de maldade, criadas com solicitude, alimentadas por desvelos e afeto íntegro) e que se nunca encontrarmos, sempre zelaremos ao tocar no fundo... ele sobreviveu dentro dos nossos sonhos e invenções.