DIALOGISMO E MAIÊUTICA

A escola dialogista concebe o homem como um ser dialógico; que sua realidade é de interação com o mundo. Essa escola não ver a relação entre os humanos como relação de igualdade. O dialogismo reconhece a condição de conflito e de mal estar social no mundo. O dialogismo entende que os homens buscam o monólogo por que se torna mais fácil a sujeição de outras pessoas. O dialogismo é a pedagogia da consciência desperta. Educar o homem nos põe inevitavelmente na condição de modeladores de consciências, pois, jamais podemos nos esquecer de que as personalidades se formam pela força da educação seja essa formal ou informal. Mas, não apenas isso, precisamos fazer a pergunta chave da questão: Qual é o modelo mais honesto, mais coerente? Essa pergunta é tão antiga quanto a filosofia. Se os homens veem formas na parede das cavernas como reflexos do mundo de fora, os homens acreditam em seus sentidos e por eles são capazes de por até a vida em risco. Essa epistemologia dos sentidos continua em sala de aula nos dias atuais. As formas que ensinamos nas escolas são imagens nas cavernas da nossa realidade, é a soma de tudo que cremos como certo. É a forma do mundo de fora; o mundo dos que dominam os habitantes das regiões inferiores. A escola apresenta um plano pronto, cronologicamente estruturado, com metas e resultados esperados – A escola lida com organismos não sujeitos. Com habitantes das cavernas, seres sem história, criaturas presas a seus sentidos animais e suas fantasias abismais. Parece que Platão profetizou que a visão do sol doeria na vista do habitante da crosta. E que seus sentidos se tornariam ofuscados pela claridade do astro rei. Assim, posso dizer sem medo de errar, que os sentidos não merecem máxima confiança; tolo é aquele que acredita cegamente em seus olhos. Tolo é aquele que acredita que a escola, e somente a escola educa! O ato de educar na crença que estamos certos quanto ao projeto de homem que queremos é ofuscamento dos sentidos e deformação do educando. Não há modelo de homem, de fato, existem homens diferentes e realidades diversas. Educar na fé que existe um modelo coerente é atentar contra a natureza, é tentar torna-la uníssona! Mas, meus caros a mãe natureza é polifônica – uma grande orquestra harmônica e diversa! Afinal o que é mesmo educar? Excluindo a instrumentalização profissional, o adestramento do animal social para o convívio em sociedade, o conhecimento científico e filosófico; educar é trabalhar um ser para seu devir consciente de si e de seu mundo, pelo menos, em ordem de pobre, pois, a consciência humana se constitui de lampejos de lucidez. Homem, dize-me de tu mesmo? Conta-me a tua história? O homem pouco sabe de si e jamais saberá do outro até que claridade da luz divina o apresente como seu irmão que sangra e chora como ele. Educar é despertar o ser dialógico no animal monologizado pela pressão social. É tirar o bicho de seus sentidos e de seus ditos e fazê-lo dizer de si e por si. É fazê-lo ver que a orquestra, embora diversa, é harmônica, embora harmônica, é diversa; e que o conflito embora mal e cause lágrimas, é necessário para que a roda gire e novas formas surjam na face da terra. Assim, educar sem complexizar a realidade que é conflito é faltar com a ética, e dizer do mundo apenas em partes, e fazer as pessoas acreditarem em suas miragens cavernais. Mas quem vos disse que a visão do disco solar é metáfora de nosso nascimento como seres epistêmicos? O que me garante que a claridade dita por Platão em seu mito da caverna é de fato confiável? O dialogismo acredita na dúvida! Pois, o conhecimento não está nem dentro e nem fora da caverna. Ora se o primeiro nos remete aos nossos mitos e fantasias, ou senso comum, o de fora nos remete ao mito filosófico e científico que nos dão a sensação que não estamos sonhando, que estamos acordados e caminhamos para o progresso. A história da educação nos diz que existiram vários modelos de homens e que esse fluxo não cessa, portanto, nossa condição original é de sono e nosso filosofar sempre será onirismo. Educar, portanto, é experimentar, é dialogar, é tornar complexo o dialogo para que a dúvidas sempre surjam e jamais cessem. Os homens são devedores de suas perguntas. Quando ele parar de fazê-las, ele deixou de existir – Graças a Deus que isso é impossível! Viajarei com o Eterno Ser por toda a eternidade aprendendo com Ele que a dúvida é a mais sincera forma de crer! A crença sem ela é emoção passageira... “O Mestre, rei dos Mestres chegou”. “E nesse salão entrou, e nesse salão entrou”. “Vem chegando e vem salvando o pecador”. “Vem chegando e vem salvando o pecador”. “O Mestre e rei dos Mestres já raiou”. “O Mestre e rei dos Mestres já raiou”. (banda baião de príncipe)

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 06/09/2012
Código do texto: T3868704
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