Ensaio - A Caridade e o Amor
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
Neste soneto muito famoso, podemos ver que o amor é um sentimento contraditório, mas inegável e muitas vezes, mais forte que nós. Vamos comentar sobre este sentimento. Lemos em Mateus 22:36-39:
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
Aprendemos também com o apóstolo Paulo, em I Coríntios 13:1-2:
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria”.
Vamos aprender mais claramente o que de fato é a caridade, ou amor, em Morôni 7:47:
“ E a caridade é sofredora e é benigna e não é invejosa e não se ensoberbece; não busca seus interesses, não se irrita facilmente, não suspeita mal e não se regozija com a iniqüidade, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta ”. E também, em Éter 12:33-34:
“ E novamente me lembro de que tu disseste ter amado o mundo a ponto de dar a tua vida pelo mundo para tomá-la de novo, a fim de preparar um lugar para os filhos dos homens.
E agora sei que esse amor que tiveste pelos filhos dos homens é caridade; portanto, a não ser que os homens tenham caridade, não poderão herdar o lugar que preparaste nas mansões de teu Pai ”.
O princípio de desenvolver esse mandamento se encontra em I Timóteo 1:5. Vemos aqui que os mandamentos tem como fim nos levar ao verdadeiro amor:
“Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida”. E como desenvolvemos a caridade? Vejamos a seguinte frase do livro Pregar meu Evangelho, página 124:
“Ao seguir esse conselho e esforçar-se para fazer obras de retidão, seu amor por todas as pessoas aumentará, especialmente por aquelas com quem você estiver trabalhando. Você sentirá uma preocupação sincera pelo bem-estar e a felicidade eterna das pessoas(...)A caridade, tal como a fé, conduz à ação. Você desenvolverá caridade ao procurar oportunidades para servir as pessoas e doar-se”.
Antes de encerrar, vamos pensar: como anda a nossa caridade? Pensemos e avaliemos as seguintes perguntas:
Tenho sincera preocupação pelo bem estar eterno e felicidade das pessoas? Quando oro, peço para ter caridade, o puro amor de Cristo?
Procuro compreender os sentimentos das pessoas e ver as coisas pelo ponto de vista delas? Perdoo as pessoas que me ofenderam ou me fizeram mal?
Procuro ajudar as pessoas quando estão tendo dificuldades ou se sentindo desanimadas? Quando adequado, digo às pessoas que as amo e me preocupo com elas?
Procuro oportunidades de servir as pessoas? Digo coisas positivas a respeito das pessoas? Sou bondoso e paciente com as pessoas, mesmo quando é difícil conviver com elas? Sinto alegria pelas realizações de outras pessoas?
Encerro dizendo que sei que Deus vive. Sei que Jesus Cristo nos ama e que esse amor dele é a caridade, que deve arder em nós mesmo sem vermos. Em nome de Jesus Cristo, amém.