O canto-chão ainda existe disperso em outras formas culturais.... sua origem é medieval.

A origem medieval do Canto-chão ou canto gregoriano

Entre os séculos VI e XII, o latino canto dominou a Europa. O livro de cantos "Magnus liber" é o resultado dos esforços da cristandade em termos de renovação litúrgica que encantou as igrejas ocidentais.

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Magnus Liber na Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Magnus Liber ou Magnus Liber Organi é um manuscrito de música medieval que contém peças de organum. O nome completo do livro é Magnus liber organi de graduali et antiphonario pro servitio divino. Foi escrito durante o século XII e princípios do século XIII. As suss composições são atribuídas aos mestres da Escola de Notre-Dame, entre os que se encontram Léonin e o seu sucessor, Pérotin.

O Magnus Liber constitui um passo na evolução desde o canto gregoriano até à intrincada polifonia de finais do século XIII e século XIV.

O manuscrito contém 33 trabalho para missa e 13 peças para as horas canónicas e a sua música foi utilizada na liturgia durante as festividades ao longo de todo o ano litúrgico.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Magnus_Liber

Bibliografia

Bonds, Mark Evan. A History of Music in Western Culture. New Jersey: Prentice Hall, 2003.

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A cada ano, o coral de quatro clérigos foram escolhidos para as cantigas das matinas (o solo era entremeado de pulsões criativas e evocações em Notre Dame, na França). As igrejas constituíam-se, em regime gótico, na ambiência propícia à execução de canto chão. A arquitetura se articulou satisfatoriamente à acústica melódica ou polifônica para as missas cantadas em latim. O eco e a ressonância era uma espécie da aliança musical entre os desígnios celestiais das abóbadas com a força telúricas das criaturas da Terra, divina criação de Deus.

Nesse cenário inovador e desafiar, o Vederunt omnis, de cantores anônimos, talvez um deles seja Pérotin, estavam impregnados de modelação rítmica das vozes como a materialização dos coros angélicos, nem por isso, as vozes exalavam-se em sensualidade, espiritualidade, triunfo das bondades de Deus nas criaturas...

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Pérotin

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Pérotin: Alleluia nativitas

Pérotin (c. 1160 – Paris, c. 1236) foi um compositor nascido na França, que fez parte da Escola de Notre-Dame. Não se possui quaisquer informações biográficas acerca deste músico genial. Sabe-se apenas que esteve ligado à nova Catedral de Notre-Dame de Paris (cuja construção viu ser acabada) na qualidade de compositor de organa: desempenhou, portanto, funções análogas às de mestre de capela, entre 1180 e 1230, aproximadamente.

À volta de Perotin e de seu predecessor, Leonin, devem ter gravitado numerosos alunos anônimos, de que foram encontrados algumas obras e que são designados pelo nome genérico de Escola de Notre-Dame.

Estes músicos cultivaram os gêneros do organum (2, 3 ou 4 partes, das quais só uma, em valores longos, retirada da literatura, tem texto), do moteto (derivado do organum; a voz principal, ou tenor, é instrumental, sendo as vozes organais cantadas sobre um texto, em estilo silábico) e de conductus (forma mais rudimentar onde o tenor é, geralmente, uma melodia profana e todas as partes, menos o triplum, em estilo silábico). Mas só se puderam atribuir, com certeza, a Perotin, 4 organas e 4 conducti.

Pérotin - organum Quid tu vides (versão instrumental midi) em http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A9rotin

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Era uma espécie disciplinada de dança de vozes no recinto litúrgico, uma sintonia do sagrado com o profano... Essa dança vocálica ou vocal exigia maestria de agudos e baixos, soprano e graves... Trata-se de exuberante arquitetura do som e formas na modelada musica medieval. As pautas eram cantadas e a figura destacada entre linhas era o negro quadrado como notas musicais dominantes.

A TVEscola - canal 11, em 19/07/12, apresentou belíssimo programa de entrevistas sobre o canto chão.

tvescola.mec.gov.br/images/stories/download_aulas_pdf/fichas - - Páginas semelhantes

TÍTULO DO PROGRAMA - TV Escola

Monofonia Medieval (Canto Gregoriano), passando pelas sobreposições de duas, três, quatro ou mais vozes, até o estabelecimento da polifonia como princípio ...

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Igreja e Cultura Medieval

http://www.infoescola.com/historia/igreja-e-cultura-medieval/

Por Felipe Araújo

Fortalecida desde o fim do Império Romano, a Igreja Católica teve sua influência ampliada quando os francos, tribos germânicas que adentraram o espaço do império romano, converteram-se ao cristianismo. No contexto das sociedades medievais, a Igreja respondia por muitos aspectos da unidade cultural como, por exemplo: fé cristã e língua latina. De acordo com o historiador Hilário Franco Jr., a Igreja sintetizou elementos da cultura romana e germânica, ao fazer isso, “forjou a unidade espiritual, essencial para a civilização medieval”.

Segundo Gilberto Cotrim, em seu livro História Global, os sacerdotes enriqueciam à custa de doações feitas pelos fiéis, que acreditavam receber, em troca disto, recompensas no pós morte. Cotrim ainda explica que as congregações religiosas controlavam um terço das terras cultiváveis européias e, por serem tão poderosas, impunham seus valores na vida dos cidadãos.

Além de influenciar a população com seus dogmas, a Igreja controlava também a educação. Ao final do século XII, as universidades estavam extremamente ligadas à Igreja, que influenciava diretamente no conteúdo passado aos jovens. As universidades de Roma, Coimbra, Oxford, Paris e Salerno eram as de maior destaque.

Além de ter sua cultura dominada pelos valores religiosos da Igreja, a cultura medieval é lembrada por diversos outros aspectos. Na arquitetura, os estilos românico e gótico marcaram época. O primeiro apresenta traços simples e rigorosos, muros bem reforçados, janelas estreitas e pilares grossos. Já o estilo gótico era mais leve, elegante e apresentava traços mais verticais. As janelas sempre recebiam ornamentos de vidro com mosaicos coloridos, além da boa iluminação, paredes angulosas, altas; e pilares mais extensos. Um bom exemplo da cultura arquitetônica gótica é a catedral de Reims, em Paris.

Na pintura, o domínio era de figuras humanizadas de divindades. Neste período destacam-se Giotto di Bondone, pintor e arquiteto italiano; e Cenni di Petro Cimabue pintor florentino e criador de mosaicos. Na música, houve também influência da Igreja, sendo o estilo sacro o de maior destaque. Nomes como Gregório Magno, introdutor do canto gregoriano; e Guido d’Arezzo, que batizou as sete notas musicais, foram extremamente importantes para o desenvolvimento da música erudita. Também se destacaram os trovadores e menestréis da música popular. Os primeiros eram compositores e poetas românticos “popularescos”, já os segundos eram os acompanhantes dos trovadores.

Outro campo que se desenvolveu bastante foi a literatura. Havia a épica, que contava histórias de heróis e suas aventuras; e a lírica, mais sobre sentimentos e emoções. Um grande nome da literatura medieval foi o italiano Dante Alighieri, com sua mais importante obra, A Divina Comédia. No campo filosófico, os nomes mais conhecidos foram: Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino e Roger Bacon.

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Média

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.

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Canto Gregoriano

Canto monódíco, modal, e de ritmo livre que a Igreja Católica Romana adotou para a sua liturgia 1º. Os manuscritos mais antigos datam do séc. IX, mas os cantos remontam ordem do cristianismo.

Características gerais:

1 - Notação iniciam ente alfabética, em seguida substituída pela notação quadrada em pauta

de 4 linhas (tetragrama), a qual chegou aos nossos dias como a mais corrente na época.

2-Utilização das claves de DÓ e FÁ, colocadas em qualquer linha.

3 - Ritmo subordinado apenas ao texto.

4 - Não existe compasso ou qualquer divisão de compasso.

5 - Para determinar o ritmo são utilizados sinais que representam grupamentos de

duas, três, quatro, cinco ou mais notas punctum onde a primeira nota é potencialmente

acentuada.

6- Gênero diatônico, ou seja, utilização exclusiva das notas naturais (sem alterações com

exceção do SI, que podia receber um bemol para evitar o ‘Tritonus’ intervalo de 4a

aumentada) que os antigos denominavam "diabulus in musicae

7- Entoado essencialmente em UNÍSSONO.

8- Executado sem acompanhamento instrumental isto é, à capela

9- Entoado apenas por vozes masculinas (adultos e meninos).

10- Utilização dos modos eclesiásticos : Protus, Deuterus, Tritus, Tetrardus originários

dos modos gregos Dó rico, Frigio, Lidio, etc..

Principais autores:

A autoria do repertório gregoriano, a exemplo da música folclórica. é, em sua maioria, anônima, devido a sua transmissão ser feita essencialmente ‘via oral’, motivada pela falta de unidade da grafia musical e, mesmo, da imprensa.

Porém, existiram alguns compositores que se destacaram por compilarem a imensa série de cantos gregorianos e também por comporem alguns deles:

Santo Ambrósio (340 - 397); São Gregório Magno (c. 540 -604); Scotus Erigena (c. 833 880); Albinus Flacus Alcuino (c. 735 - 804); Aureliano di Reome Rcgino Von Prun 915); Hucbald de Saint Amand (e. 840- c. 930); Hermanus Contractus 1ª metade do séc. XI) Guido d'arezzo c. 995 - 1050).

A Música Medieval

O período medieval costuma ser dividido em 'Ars Antiqua' ‘ (séc. Xl ao XIII) e 'Ars Nova' (séc. XJVe 1ª metade do séc. XV)

A música profana retrata o espírito burlesco, epopéico e romântico da época, são queixas amorosas;, canções de primavera, canções campestres, de beber, de dançar, de bodas, etc., nascem do cotidiano. Da difusão dessa música encarregaram-se os Troveiros; Trovadores; Minesanger:; Meistersingers; Menetréis e Jograis nas celebrações e festas palacianas no cortejo às damas;, etc.

Características gerais:

1- uso do sistema Modal

2- uso de polifonia vocal e Instrumental.

3- surgimento do contraponto

4- politextualidade (uso de mais de um texto, simultaneamente, na mesma canção)

5- uso do ‘Cantus Firmus’ (melodia do repertório gregoriano que servia de base para a

composição de uma peça polifônica sacra).

Principais autores:

França: Leoninus (meado. do séc. XII); Perotinus (entre a 2a metade do séc. XII e

Adam de la Halle (c. 1230 - 1287); Guillaume de Machaut (1300 - 1377); Petrus

de Cruce (2a metade do séc XIII); Phillipe de Vitry (1291 - 1361); Jean de Murris (c. 1300 -

1351).

Alemanha: Francon de Colônia (2a metade do séc. XIII); Hildegard von Bingen (1098 -

1179).

Borgonha: Guillaume Dufay (c. 1400 - 1474); Guie. Binchois (c. 1400 - 1470).

Itália: Francesco Landino (1325 - 1397); Jacopo do Bologna; Pietro Casella; Marchettus de

Pádua, Giovanni de Cascia.; Vincenzo de Aramini; Antonelle do Caserta Geraldoilo de

Florença.

Inglaterra: Leonel Power (1445); John Dunstable (o. 1370 -1453).

Formas musicais mais usadas:

Motete - O moteto nasceu da Cláusula por adição de palavras aos melismas da 2a voz (superior) a qual passou a ser chamada Motetus e, eventualmente à 3a., denominada Triplun Foi, portanto, a distribuição de texto para todas as vozes que tomavam parte no conjunto. Sabemos que anteriormente todos cantavam o mesmo texto, seja em uníssono ou a várias vozes.

O texto do Motetus era inicialmente em latim Logo depois passou a ser cantado nas línguas nacionais e, em seguida, misturando esses Idiomas. Na Idade Média, foram compostos motetos a três e mais vozes com ou sem acompanhamento instrumental, porém conservando a pluralidade de textos o que fazia com que a obra fosse confusa e perdesse o equilíbrio. Somente no final do período medieval, com Machaut, e em toda a renascença, com Vitória, Lassus, Pale strina outros que o moteto foi levado a sua máxima perfeição abandonado

Itália: Girolamo Frescobaldi (1583 - 1643); Marco da Gagliano (1582 - 1643); Claudio

Monteverdi (1567 - 1643); Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525 - 1594); Orazio Vecchio

(1550 - 1605); Andrea Gabrieli (1520 - 1586); Giovanni Gabrieli (1557 - 1612); Claúdio

Merulo (1533 - 1604); Costanzo Porta (1530 - 1601); Gian Matteo Asola (1524 1609);

Marc’Antonio Ingegneri (c. 1545 - 1592); Vicenzo Ruifo (1500 - 1587); Ludovico Viadana

(1564 - 1627); Gastoldi (1556 1622); Giovanni Maria c. 1543 - 1607); Giovanni

Bernardino (c. 1550 1623); Gionanni Animuccia (c. 1500 - 1571); Luca Marenzio (1553 -

1599); Francesco Canova da Milano (1497 - 1543); Constanzo Festa (1490 - 1545); Nicolo

Vicentino (c. 1511 - 1572); Gioseffo Zarlino (1517 - 1590); Leon Battista Alberti (1404 -

1472); Carlo Gesualdo.

França: Claude Goudimel (c. 1510 - 1572); Claude le Jeune (1528 - 1600); Pierre Certon (?

- 1572); Jacques Arcadelt (1505 - 1657); Claudin de Sermisy (1490 - 1562); Pierre de La

Rue; Clement Jannequin (c. 1485 - c. 1558); Filipe Verdelot (1540).

Espanha: Juan Vasques; Luis de Narvaez Tomas Luis de Victoria (1549 - 1611); Cristobal

de Morales (1500 - 1553); Alfonso Mudarra; Luis Milan (1500 -1565); Diego Ortiz

(1510 - 1594); Francisco Guerrero (1528 - 1599).

Inglaterra: Thomas Morley (1557 - 1602); Thomas Talhe (1505 - 1585); Thomas

Weelkes (1576 - 1623); WiIhiam Bird (1543 - 1623); John Downland (1563 - 1626);

Orland Gibbons (1583 - 1625); Joim Dunstable (1370 - 1433); Lionel Power (14450;

John Taverner (1495 - 1545); Chriutopher Tye (1500 - 1573); Robert White (1574);

John Buil (1562 - 1628).

Flandres (parte da Bélgica, da Holanda): Thomas Crecquillon (1557); Jean

Richafort (1480 - 1548); Jacquem Buus (1564); Cipriano de Rore (1516 - 1565); Josquin

des Pré. (1440 - 1521); Johannes Ockengiwm (1430 - 1495); Orlando do Lassus

(1532 - 1594); Nicolau Gombert (entre 1480 e 1500 - 1556); Jacobus Clemens non Papa

(1510 - 1558); Adrian Wihlmert (c. 1480 - 1562); Antoine Busnois (1492); Jacob Obrecbt

(c. 1450 - 1505); Heinrichlzaak (1450 - 1517); Pierre de la Rue (1460 - 1518); Lonis

Compêre (1450 - 1518); Jacobus do Kerle (1532 - 1591); Filipe de Monte (1521 - 1603); Jen

Pieterszoon Sweeelinck (1562 - 1621).

Borgonha (província ao leste de França): Gujilaume Du6y (c. 1400 - 1474); Guies

Binchois (c. 1400 - 1470).

Alemanha: Heinrich Finck (o. 1445 - 1527); Paul Holhaimer (1459 - 1537); Com-ad

Paumaim (1410 - 1473); Martinho Lutero (1483 - 1546); Johann Walter (1496 - 1570);

Ludwig Senfi (c. 1490 - 1556); Gregor Aichinger (1546 - 1628); Hans Leo Hassier (1564 -

1612); Michael Praetorius (1571 - 1621).

Portugal: André do Resendo (c. 1490 - 1573); Damião de Góis (1500 - 1572); Duarte Lobo

(1646); Manoel Rodrigues Coelho (1583); Filipe de Magalhães (após 1648);

Manoel Cardoso (1571 - 1650); Estevão Lopes Morago (o. 1580 - e. 1630).

BoêmIa (da região Iugoslava): Jacob HandI ou Jacobus Galius (1550 - 1591).

Principais formas:

Alemanda: Originalmente uma canção alemã, assumiu caráter instrumental sendo praticada nos meios populares como dança. Foi introduzida pelos compositores de Música de Câmara em suas Suítes instrumentais. -

Corak Denominação genérica de todo o tipo de música composta para agrupamentos de vozes humanas. Teve importância fundamental na Igreja Protestante.

Corrente: Dança de origem francesa em compasso ternário e movimento rápido. Assim como a Alemanha, passou do bailado popular às Suítes instrumentais renascentistas e barrocas.

Fantasia: Forma musical que, como o próprio nome indica, tende a desenvolver-se de maneira bastante livre, contrastando assim com os planos mais ou menos pré - estabelecidos que deviam ser seguidos por composições tipo Ricercari, Fuga e Sonata.

Frotola: Canção popular italiana, muito cultivada pelos compositores da era polífônica.

Galharda: Dança de origem italiana, muito em voga no séc. XV.!.

Madrigal: À sua origem, era uma canção de caráter profano para voz com acompanhamento de instrumentos. Com o advento da polifonia, os compositores começaram a tratá-lo em forma coral, com ou sem acompanhamento de Instrumentos. Logo atingiu proporções dramáticas (Madriagal Dramático), chegando a constituir-se um dos elementos importantes que iriam contribuir para a criação da Ópera.

Missa: Forma musical baseada na Liturgia Católica, em estilo polifônico (originalmente monódica). Apresenta as seguintes partes ordinárias: Kyrie; Glória; Credo; Sanctus e Benedictus; Agnus Dei.

Passamezio: Dança popular nascida na Itália. Serve muitas vezes de introdução a outras danças, especialmente á Pavana.

Pavana: Dança de origem espanhola, de movimento lento e imponente, muito cultivada pela aristocracia.

Tocata: Obra para ser executada em um instrumento de teclado. Sem regras ou planos fixos, difere da Fantasia e do Capricho por possuir um caráter profundamente técnico.

Vilanela: Pequena canção aldeia napolitana que se assemelha muito à Frotola. Muito síngela, portanto, contrastante com a polifonia madrigalesca, esta forma estruturava-se em estrofes de oito versos, separados por um estribilho.

Ricercare: A sua origem, era uma peça Instrumental livre, em parte improvisada, que empregava a técnica imitativa do motete. Pela sua imitação quase que cerrada e obrigada (à 4a, à 5a e à 8a) o ricercare foi muito importante, pois deu origem ao que no período seguinte e até hoje chamamos de Fuga.

FONTE: http://www.culturaemusica.com/pesquisa/historiadamusica.htm

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Ars antiqua

Ver artigo principal: Ars antiqua

Abertura do organum a 4 vozes Viderunt omnes, de Pérotin. MS Pluteo 29, 1. Biblioteca Medicea Laurenziana, Florença.

Finalmente, esses avanços foram levados a uma primeira culminação na chamada Escola de Notre-Dame, nascida no século XII no ambiente da Catedral de Notre-Dame em Paris, cujos principais mestres foram Léonin e Pérotin. Com eles o organum atingiu um novo patamar de complexidade e refinamento, tornando-se composições de grandes proporções e produzindo um efeito de impactante opulência sonora, já capazes de veicular uma verdadeira originalidade criativa individual e expressar sentimentos de intenso misticismo. Léonin trabalhou ainda principalmente a duas vozes, mas Pérotin expandiu a técnica do organum para incorporar uma terceira e às vezes uma quarta voz, e ampliando as ornamentações das vozes superiores de modo a na prática obliterar a percepção da melodia gregoriana do tenor, fazendo com que suas notas se prolongassem desmedidamente e funcionassem mais como pontos de pedal. A atenção maior da música nesta fase se dirigia, assim, para os ricos diálogos entre as vozes superiores, que já podem ser caracterizados como uma polifonia plena, além de suas complexas relações intervalares serem a base da moderna noção de harmonia. Ademais, com a interpolação de textos e melodias heteróclitos nas composições pré-existentes, se deu nascimento ao moteto polifônico, uma forma que rapidamente adquiriu popularidade. Esse novo estilo foi o que mais tarde se denominou Ars antiqua ou Ars vetus (arte antiga), a base imediata para os desenvolvimentos ulteriores da Ars nova ou Ars modernorum (arte nova ou moderna). O corpo conceitual da Ars antiqua continuava adotando os princípios matemático-morais da filosofia clássica pagã, ora cristianizada, e nele o número três era especialmente privilegiado, por suas associações com a Santíssima Trindade. Daí derivou a preferência absoluta dos compositores da Ars antiqua por tempos e ritmos ternários, que se organizavam nos chamados modos rítmicos, inspirados nos metros da poesia e que se dividiam em seis padrões básicos que, contudo, podiam ser variados em três ordens cada um.

Bibliografia: Hindley, Geoffrey (ed). The Larousse Encyclopedia of Music. Londres: Hamlyn, 1971. pp. 62-70.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ars_nova (longo texto com lindas pautas do canto chão medieval e o texto acima foi selecionado para nossa exposição temática).