Coisa Pegajosa

A Broadway, via larga em inglês, de Nova Iorque, famosa por seus teatros que exibem superproduções musicais as quais muitas vezes ficam em cartaz durante vários anos é ponto de referência para 43 teatros que conformam o Circuito assim batizado.

O termo Teatro deriva de uma antiga palavra grega usada com o sentido do verbo ver, agrega também "Skené" que deu origem ao termo cena. No século XX era comum afirmar que “a vida é um teatro”. Shakespeare escreveu, “O mundo é um palco, no qual homens e mulheres, não mais que meros atores. Entram e saem de cena e durante sua vida não fazem mais que desempenhar alguns papeis.”

As manifestações culturais são nossa Broadway, cenário que propicia aferir a veracidade da chamada evolução humana. Assim, deve a arte exibir certo upgrade à medida que avançamos no tempo. Afinal, não poucos, classificam o romantismo da jovem Guarda com a pecha de brega. Talvez porque animal e máquinas não sejam românticos. Contudo, basta analisar o refrão de duas, entre outras composições binárias apócopes, que grudaram como carrapicho no sensível coletivo para se ter noção dúbia, quanto a esse avanço. Parece bastar o rótulo “universitário” para desfrutar certo know how diferenciando do que denominam “brega”.

Eis o refrão de duas das mais badaladas produções musicais do momento.

1ª)“Sou simples, Mas eu te garanto, Eu sei fazer o Lê Lê Lê

Lê Lê Lê, Lê Lê Lê, Se eu te pegar você vai ver. Lê Lê Lê, Lê Lê Lê, Você jamais vai me esquecer. 2ª) “Nossa, nossa. Assim você me mata. Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego.” Eis o carrapicho pega-pega, aliás a pegação tá na moda, pegam inclusive o indevido até mesmo o indesejado.

O Lê Lê Lê mereceu destaque no programa Fantástico da Globo no último domingo afinal, é “Fantástico”. Ressalvadas estão as variações coloquiais e tradições culturais do país. Porém, estratégicos usando o pretexto “cultural” privam o povo da boa formação moral e espiritual para depois “espantarem-se” diante das bestialidades sociais.

As produções artísticas do passado ficaram em cartaz ou nas paradas durante anos, com ressonância atual. As do momento fluem como as ondas, morrem na praia e não retornam. Quanto aos que nas artes preferindo conteúdo, tornam ao passado são rotulados arcaicos, retrógrados e outros adjetivos, entretanto, para um perfil apurado, essência e qualidade não tem idade.

No palco da existência todos são atores em gêneros e modalidades diferentes e sendo o ator um perito fingidor capaz de representar aquilo que não é, conclui-se que a sociedade prefere "Não Ser" como uma forma de ser. Visto que muitas “celebridades” são adoradas pelo que não são, conclui-se que é verdadeiro o ditado “me engana que eu gosto”. O mais intrigante é que a mídia encarrega-se de difundir essa coisa sincopada, pegajosa preferindo audiência à ciência. “ser ou não Ser; eis a questão”? Ambos teem seu preço.

A imposição da ilusão à sabedoria já foi alegorizada no célebre mito da caverna de Platão; os tais, estavam crédulos que as sombras eram a realidade, e se dispunham a punir violentamente qualquer que tentasse libertá-los como fizeram com Sócrates e Cristo. Se o domínio das sombras inda hoje, implica evolução, fica difícil entender o sentido do termo.

Parece que os fãs de Elvis tinham razão quando afirmaram: “A música não acalma, mas solta a besta selvagem dentro de nós”. O mesmo se dá com muitas modalidades que advogam “eugenia social” diferente do 3º Reich alemão que pretendia o enxugamento racial, o “Reich” da era cibernética extermina princípios e valores da consciência em “benefício” da imbecilização. Enfim, o que estamos assistindo na “skené” da aldeia global e que papel representamos no teatro da existência? Não obstante a afirmação Darwinista que o homem evoluiu do animal, contemplamos no homem, uma besta evoluindo.

Lembrando Luther King, "O que impressiona não é o alarido dos maus, mas o silêncio e conivência dos bons”. Será uma opção correta evoluída, a sobrevivência a custa do holocausto de princípios, valores? Talvez seja esse, o mundo que deveria acabar em 2012. Pois a última cena na Broadway, “Avenida Brasil” três mulheres concordam dividir um homem, uma forma inovada de casamento com as bênçãos da arte, acabando de vez com a família, bestializando a sociedade. Essa é mais uma do Gênero Pega-Pega grudando na consciência coletiva da Nova Ordem Mundial. Acreditem; essa moda pegou entre sultões e continua pegando..!

A “célula máter da sociedade” está como nunca, lançada ao descrédito, através, sobretudo, da arte; tudo conspira para um amontoado amorfo, amoral, acéfalo, com o incentivo dos meios de comunicação, e a vistosa alegoria das multidões.

Algum gênio maldito planejou a “vida de gado” como cantou Zé Ramalho; marcou os rebanhos com o ferro em brasa da imbecilização; e a arte imbecil os agrega, com o fascínio inexplicável de seu berrante...