AS OLIMPÍADAS COMO EXPRESSÃO NACIONALISTA
A cada quatro anos o mundo assiste ao consagrado espetáculo olímpico, evento que acontece desde a Grécia antiga, e que até hoje nos premia com pérolas de várias modalidades desportivas não profissionais.
A grande beleza do evento advém principalmente do fato de que os seus integrantes "suam a camisa" para levarem não apenas suas capacidades desportivas individuais aos pódios mas principalmente a representatividade coletiva de seus países, e assim, ao tremular das tantas Bandeiras e ao soar dos tantos e belos Hinos pátrios imediatamente nos vem aquela sensação nacionalista boa, aquela que nos traz o verdadeiro sentido de agregação de compatriotas, pessoas que se identificam na mesma cultura, no mesmo objetivo e no igual amor por determinado solo de origem, a sua querida e sagrada Pátria mãe.
Algo bonito de se ver...o esporte imoblizando as dores das nossas tantas "guerras".
E é dentro deste sentimento forte, de amor incondicional pelo meu país, que me surgiu este ensaio.
Nas poucas oportunidades que vi o Brasil disputar seus jogos, me foi impossível não trasladar meu sentimento de amor ao meu solo, tanto no tremular das nossas Bandeiras das vitórias como principalmente no silêncio das derrotas ocorridas por meros lapsos do descuido, algo já bem conhecido entre nós.
Talvez seja cedo demais para aqui manifestar minha impressão, a de que, desta vez, não conseguiremos levar às atuais olimpíadas todo o nosso potencial desportivo com pretendíamos.
Paralelamente, enquanto sociedade "polintegrada", lanço o pensamento ao fato de, sendo também o esporte um termômetro do nosso "investimento no todo social", talvez , enquanto brasileiros, saiamos destas olímpiadas com mais uma sensação de que "morremos na praia" das nossas maiores expectativas, simplesmente pela notória falta de investimento político no social, essa mazela que já se manifesta no silêncio das nossas tantas bandeiras que não tremularam, a despeito da nossa garra, do nosso amor e da nossa potencialidade irrefutáveis.
Figurativamente me fica a vaga sensação:Quantos pódios vazios por falta de investimento nacionalista!
E uma simples pergunta: ainda quantos pódios choraremos no silêncio dum Hino mudo frente à nossa bandeira tão paralisada aos bons ventos?
Nossos atuais enfrentamentos sócio-políticos talvez justifiquem esta minha sensação incômoda.
De toda sorte, o show ainda não acabou e aqui, em homenagem a TODOS OS NOSSOS HERÓIS OLÍMPICOS, não apenas aos dos pódios, exclamo exatamente como os narradores desportivos que torcem animadamente até o último segundo das provas, mesmo naqueles momentos mais críticos, em que o placar dispara irremediavelmente contra nós:
-Avante Brasil, ainda estamos no jogo!
No momento, também ali, a esperança é o único recurso que nos move.