Mulheres
Mulher, figura ímpar. O texto o verão e as mulheres é uma crônica reflexiva, pois é uma narrativa breve, a qual não faz uma análise profunda do tema abordado. No entanto, possui uma abordagem reflexiva de fatos que ocorrem no dia a dia. O autor do texto é Rubem Braga, relata que as mulheres no verão ficam mais sedutoras, calientes, aventureiras. “São assaltadas por uma remota vontade de miar”. Descrevem as mulheres com coração lânguido, olhos brilhantes, cabelos claros, são felinas, perseguidas por fantasias, às vezes dominadas pelo deleite ou preguiça. Valoriza a mulher, a qual sobrevive as tentações do verão, pois o verão é perigoso para elas.
O segundo texto intitulado Mulherão também é uma crônica, apresenta as mesmas características do primeiro texto. Faz-nos refletir sobre as qualidades de uma verdadeira mulher. Serão altas, loiras, siliconadas, sorriso lindo, lábios carnudos, seios volumosos? Ou será mulherão a mulher trabalhadora, mãe, aposentada, empresária, preocupada, caprichosa, vaidosa, pesquisadora, organizada? Segundo a autora Martha Medeiros: “Mulherão é aquela que pega dois ônibus por dia para ir ao trabalho e mais dois para voltar; e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome”.
Apresenta outro gênero, que descreve a mulher, é a composição musical; caracterizado pelos versos com ritmo e rimas, com o título Mulher. Revela uma mulher forte, embora de aparência frágil, surpreendente, sábia, sedutora, mãe de família, amante, uma verdadeira homenagem à mulher. “Sei que a força está com elas”, música cantada por Erasmo Carlos.
O último texto também apresenta o gênero composição musical, pelos versos e ritmos, cantados por Elis Regina, também com o tema mulher. Nesta canção apresenta uma mulher submissa, triste, que trabalha e sofre conformada, vaidosa, amante, louca; que sonha e tem fantasias.
Todos os textos abordam o mesmo tema: a mulher, com estilos diferentes. Faz nos refletir sobre o papel da mulher na sociedade, a responsabilidade que envolve ser mulher, a sua fragilidade, a sua fortaleza, a sua sedução e a sua submissão. Nos textos há a sensação de inquietação, curiosidade, feminilidade, reflexão, suavidade, tristeza, agonia e inconformismo.
Para compreendermos o panorama das mudanças literárias no Brasil, precisamos compreender o momento histórico-social vivido. A literatura nos faz questionar e refletir sobre os problemas que afligem a sociedade. Mostrando que os seres humanos passam pelas mesmas angústias, que somos todos iguais. Além dos problemas sociais, a mulher sempre foi um dos temas da literatura. Lembro-me da doce Inocência, impedida de viver o seu grande amor; já que estava prometida em casamento pelo pai, que teria que manter a palavra e a honra. Iracema, de José de Alencar, quando casa com Martim, assume a dependência, a submissão, a fragilidade da mulher burguesa europeia. Lucíola, a cortesã de luxo, é retratada como vítima do sistema.
A literatura é testemunha ocular de nossas vidas. Que a literatura nos ajude a entender as relações sociais, a trazer entendimento sobre o passado e novas ideias para melhorarmos a nossa vida na sociedade no futuro. Mulher mesmo é aquela que tem beleza interna e não só externa; a verdadeira mulher tem conteúdo e valores especiais.