O que a mulher quer?

De que lhe vale esse derramar de sensibilidades?
Essa disponibilidade de oferecer-se do sexo até a alma...pra quê?
Ou seria pra quem? - alguém pergunta.

A mulher quer um homem que a polarize, a veja, a queira, a reconheça e compartilhe sua alma.
Que mais do que penetrá-la com os olhos e o falo, saiba ouvir a linguagem carnal de seus mistérios.
E ainda que não o compreenda, ainda assim...saiba ouvir esse canto nas próprias entranhas...
E reverencie a entrega, no silêncio mais expressivo de sua verdade.
Perca, enfim, o medo de ser engolido pela energia feminina
...
Porém, ela, a mulher, por quê conforma-se em não receber o que quer?
Porque cultiva essa estranha paciência?
Constantemente grávida de vida e suas possibilidades... Na alquimia de seu corpo, dormem mescladas a angústia e a alegria
E a
espera, é uma espera tecida de dor e prazer, mas sobretudo da esperança de vida plena
A tão sonhada, que haverá de parir a flor e o fruto d
o qual é ela a semente de transformação de seu homem.
E de si mesma.
Mas enfim, o que quer? - multiplicam-se as perguntas da invisível plateia de si mesma...
Ora, ela quer dar!
Pois que é infinita a sua capacidade de entrega.
É feita de hormônios, aberturas astrais, delicadezas cósmicas...suspirantes e à flor da pele
- A entrega é o material de que é feita -
A mulher é a aguadeira a jorrar subjetividades extremas. Por isso deve o homem tomá-la nos braços para contê-la.
Para que não se esvaia de seu corpo todo o luar...
Para adequar sua alma aos limites de um corpar na terra
.
De um amar rasteiro...onde confundem-se os poros e o sangue nas veias.
Corpo que é útero a reciclar o concreto e o etéreo
Um homem seu deve forrar-lhe um chão de estrelas

Para que possa deitar sua mais profunda natureza exposta.
Para que além da exposição de seu sexo explícito se revelem traços da imensidão de seus mistérios...
Pois qual menina ou anciã é ela - mulher -  a introduzi-lo pela escuridão de suas carnes, aos mais recônditos segredos do mundo...
O que abarca o suor e os músculos de seu homem
.
No lugar mais profundo, onde ele possa repousar sua virilidade,sem temer entregá-la num cálice, para que seja ela, a guardiã de sua força.
Há de se ter coragem para atravessar um portal tão feminino...

 

 

 

 

Lídia Carmeli
Enviado por Lídia Carmeli em 22/07/2012
Reeditado em 15/10/2012
Código do texto: T3790960
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