Em nome do Pai

Repercute na mídia internacional a morte de Sage Stallone, filho do consagrado ator Sylvester Stallone. Segundo algumas fontes, há indícios de suicídio por ingestão de doses excessivas de comprimidos.

Para muitos que vêm na fama e riqueza o sentido da vida, torna-se um enigma indecifrável entender e explicar o ocorrido. Na verdade, ser filho de alguém famoso nem sempre facilita as coisas, que o diga o Edinho, filho do Pelé, por exemplo, que, depois de tentar a sorte como atleta, encerrou precocemente sua carreira inclusive se envolvendo com drogas.

Talvez o imaginário popular alimente a ideia que o filho deve trazer, necessariamente, o mesmo talento do pai, quando, embora existam casos, raramente se verifica.

Ziggy Marley não é Bob Marley, Sean Lennon, não é John Lennon, tampouco, Roberto Carlos gerou um filho que lembre seu talento para música. Talento é algo particular, não de estirpe. Mesmo Ralf Schumacher, sendo apenas irmão do Michael, não teve vida fácil na Fórmula 1, por isso.

Embora desconhecendo os talentos para arte do filho de Stallone, quem o conheceu afirma que era alguém em constantes conflitos psicológicos, que, se não advieram de frustração por ter um pai famoso e não ter o mesmo carisma o fato de ter um pai com tais predicados, não pode ajudar.

Alguém ironizou que as pessoas anônimas fazem tudo para serem famosas, reconhecidas; depois, disfarçam-se ao sair pra não serem reconhecidas.

O Salvador, Jesus Cristo viveu o oposto disso. Filho de Pai Famoso, Deus, tendo os mesmos poderes, tinha que “fingir” ser um de nós apenas.

Não que não tenha sido desafiado a imitar Seu Pai. “Tu, que destróis o templo, e em três dias o reedificas, salva a ti mesmo. Se és Filho de Deus, desce da cruz.” Mat 27; 40

Claro que Ele poderia fazer isso caso quisesse, aliás, nem teria sido preso, pois, ao falar duas palavras como Deus, todos seus perseguidores caíram por terra. “Disse-lhes Jesus: Sou eu. ... Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra.” Jo 18; 5 e 6

Por que Ele fez isso? Para demonstrar que se entregava voluntariamente, e reivindicar, com isso, que seus discípulos fossem deixados em paz. “Já vos disse que sou eu; se, pois, buscais a mim, deixai ir estes;” Vs 8

O Esvaziamento temporário de Cristo não é compreendido em alguns credos que negam que Ele seja Deus, mesmo a Bíblia ensinando isso claramente em vários lugares.

Ele mesmo diz, depois de ressurreto, “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.” Apoc 1; 8.

Esses citam frases que Jesus falou durante seu esvaziamento temporário para fazer parecer que Ele é apenas humano perfeito. O texto bíblico é categórico: “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2; 6 a 8

Mesmo podendo “Jogar um bolão” como Seu Pai, preferiu parecer um perna-de-pau como nós, por razões de seu Divino amor. E corrigiu ao intrépido Pedro que o defendera deixando claro que a Palavra de Deus sendo cumprida era o alvo, não sua integridade física. “Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?” Mat 26; 53 e 54

Como Deus entregara o governo da Terra a um homem, por razões da Sua Justiça, preferiu “não interferir” deixando ao Filho do Homem, a questão; “E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem.” Jo 5; 27

Claro que a “não interferência” de Deus era a mais profunda expressão de amor, assustadoramente abandonando ao Inocente, para poder cuidar dos culpados. “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Mat 27; 46

A Carta aos Hebreus explica a razão: “convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.” Heb 2; 17

Essa identificação conosco que O levou a se batizar sem ter pecados, e o condenou, sem razões suas, mas, pelas nossas. “...Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito,” I Tim; 3; 16 Seu espírito inocente era livre, mas, seu corpo, foi moído pelos nossos pecados.

E pensar que tem muito filho da mãe, usando pretensa filiação com o Pai Famoso, para enganar incautos em proveito próprio. Se as pessoas deixassem de ser incautas dando-se ao trabalho de conhecerem à Palavra, no mesmo texto que apresenta o esvaziamento do Senhor, encontrariam um preceito interessante: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,” Fp 2; 5

O mesmo sentimento, a mesma motivação, o cumprimento da vontade de Pai, acima dos interesses pessoais. Basta olhar as fortunas dos “apóstolos” e “bispos” da moda para ver que valor os motiva.

A existência do Pai famoso em nada lhes ajuda, pois sabem que lhes falta todos os traços morais Daquele, aí, suicidam-se tristemente, com excessivas doses de amor ao dinheiro, como ensinou Paulo; “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6; 9 e 10

“Queres ser rico? Pois não te preocupes em aumentar os teus bens, mas sim em diminuir a tua cobiça” Epicuro