Prometheus e não cumpriu
 
     Ridley Scott, diretor do filme “Prometheus” e de outros como “Robin Hood” e “Hannibal”, investiu bastante nos efeitos especiais de seu último filme, lançado nos cinemas em Junho deste ano. Ilustra a história de uma equipe de pesquisadores que, após encontrar alguns indícios sobre as origens da espécie humana, viaja pelos confins do universo em busca do criador da humanidade. Em relação ao elenco, destaque à conhecida atriz Charlize Theron, que encenou a apagada Meredith Vickers, tendo disputado a personagem com nada mais nada menos que Angelina Jolie.
     Embora inegável a qualidade da produção audiovisual, o longa-metragem peca no quesito história. O filme inicialmente parece interessante, com a instigante cena de um alienígena se desfazendo à beira de uma cachoeira e espalhando pelas águas seu DNA. Contudo, decepciona ao se preocupar demasiadamente com cenas impactantes e espetaculosas, “abafando” um enredo que poderia ter se aventurado em uma trama menos óbvia.
     “Prometheus”, também o nome da aeronave utilizada pelos cientistas em sua viagem a outro planeta, era idealizado, no começo do projeto, como o prelúdio (dividido em duas partes) do filme “Alien, o 8º passageiro”, do mesmo diretor, feito em 1979. Não passa despercebida a semelhança entre a criatura gerada ao final da trama e o próprio alien.
     Um fato parece ser comum em diversos filmes norte-americanos de ficção científica. Quando o intuito é tentar transmitir uma visão do futuro, as produções cinematográficas vêm acompanhadas de recursos tecnológicos exuberantes, e que acabam transmitindo uma ideia de complexidade exagerada. Nos filmes desse gênero, uma espécie de padronização do futuro. Ao passo que tentam mostrar recursos para simplificar as ações das personagens, a impressão final gerada é oposta.
     “Prometheus”, filme que se passa no final do século XXI (2089-2093), retoma também uma velha discussão religiosa, vivida na pele pela personagem Elizabeth Shaw (Nooni Rapace). Será que, ao desvendar os “criadores” da espécie humana, a pergunta sobre a existência de Deus estaria respondida? O filme mostra que não. Como bem observou o personagem robô David (Michael Fassbender), será que os humanos não se sentiriam mais confortáveis caso seus “engenheiros” possuíssem feições familiares? O filme mostra que sim. De fato, o aparecimento de figuras humanóides trouxe tranquilidade para as personagens do filme, até que estas viessem a conhecer seus reais propósitos.

 Daniela Malagoli


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Enviado por mindasks em 21/06/2012
Reeditado em 21/06/2012
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