O oposto do oposto é igual.
A individualidade de cada um, é a unidade
e a ponte contrária, que serve de oposto atraente
e determina a impossibilidade da existência solitária
do ser humano. Ele precisa mostrar ao outro, que
pode e sabe, viver bem sozinho. Mais precisa mostrar.
Ou seja, para que se dê essa demonstração, ele ainda,
conformado ou não, precisa do semelhante.
O ser humano precisa do outro para exteriorizar
sua atitude e seus feitos e efeitos, enquanto esses
nutrem, como combustível nutre a máquina. Esses
nutrem e impulsionam a sua existência e dão-lhe
direção.
Uma solidão interna tão inteira, que precisa e necessita,
ser compensada com um abraço, fé, empurrão, afeto,
um aperto de mão, uma palavra, mais de qualquer jeito,
uma lembrança que mencione teu nome. Um comentário
sobre uma ação sua, para que isso dê sentido e razão
para sua estada na terra.
Contudo, há divergências...
Há aqui, aqueles que tomam algum outro caminho.
Já nascem completos por dentro, e preferem o vazio e
a solidão externa. Lhes dá equilíbrio esses dois. Ventila
suas almas com os ventos que a incerteza do amanhã
pode revelar. Lhes causa medo e curiosidade. Assim, esses,
querem viver mais um dia, pra espiar o futuro. Há também,
como ponto divergente, a felicidade de ser mãe.
Mesmo assim, há uma circunstância em comum entre os tipos.
O que define os dois na igualdade, é a insatisfação de não terem
nascido completos de alguma forma e que depois de marcarem seu
nome, mesmo assim, a existência lhes será ceifada pelo que qualquer
um dos tipos não irá descobrir. Que a vida e a morte, são opostos idênticos.