VIDAS


Que conheçamos, ainda somos o único planeta em que criaturas vivas existem no universo. Pessoalmente creio que isto não seja verdade, nem no momento espaço-temporal que realizamos, nem no “passado” deste espaço-tempo. Entendo que a vida em nosso planeta não é única, e nem mesmo foi a “primeira” forma replicadora a existir no universo como um todo.
 
Uma vez que praticamente cada estrela possui planetas, nascidos do resto de poeira, rocha e gás que deu origem a estrela, existem assim quase infinitos planetas neste vasto universo. É bem verdade que a maioria deles não se encontram sobre a área habitável (não muito próxima, e nem muito distante, evitando assim ser muito quente ou muito frio) de sua estrela, mas mesmo assim, continuam existindo absurdamente grandes ocorrências de planetas em zonas habitáveis. Outro senão poderia ser a gravidade, planetas grandes demais possuem muita gravidade, planetas pequenos demais não possuem gravidade suficiente para manter a atmosfera, quanto a ambos, não podemos garantir que moléculas replicadoras não possam surgir sobre grande pressão atmosférica, hoje encontramos vida em áreas muitíssimo profundas do oceano, onde a pressão “atmosférica” é brutal. No tocante a necessidade de uma atmosfera, podem muito bem existir moléculas replicadoras sem atmosfera. Não podemos utilizar a vida que conhecemos como paradigma de padrão único de vida. Hoje, apenas a água é este limitante, mas talvez sejam possíveis seres replicadores sem a presença da água ou em especial da água em seu estado liquido, e o mesmo vale para a presença de carbono, nos parece mais complexo esta existência, mas entendo que seja possível. A vida na terra se mostrou tão prolixa em adaptações, que pode muito bem existir inclusive em planetas gozosos: algum tipo de vida que flutue em seu mundo gasoso.
 
A ausência de um campo eletromagnético de proteção, a magnetosfera da terra, é um agravante, mas entendo que nem mesmo isto seja um limitante absoluto, a vida pode existir subterraneamente, ou pode existir sem sofrer degradação direta pelos raios cósmicos, desde que descoberta uma alternativa minimamente eficiente para obtenção de energia que sustentem reações químicas não naturalmente sustentáveis pela natureza. Este é o segredo do nascimento de algo que podemos chamar de vida. Reações naturais são eventos do corpo químico de nosso universo, reações diferenciadas que não são sustentadas naturalmente em nosso universo, que necessitam contínuo consumo de energia, reações que possíveis enquanto não firam diretamente nenhuma lei físico-química, mas não naturalmente sustentáveis, que descubram esta fonte de energia podem dar início a moléculas replicadoras, e destas, a vida pode evoluir para seres ou criaturas cada vez mais complexas.
 
Existir vida em um planeta não é certeza de vida inteligente. A vida na terra existe a mais de 4 bilhões de anos, e a apenas cerca de cinqüenta anos somos capazes de emitir sinais inteligentes que possam ser captados por terceiros, fora de nosso planeta, caso existam. A distância sim é o elemento mais difícil para contatos extraterrestres. Podemos receber sinais que estão viajando a milhões e milhões de anos, e pode ser que a civilização que deu origem a estes sinais não mais exista. Ou pode ser que como nós, várias civilizações estejam agora, no mesmo espaço-tempo, gerando sinais que somente receberemos daqui a milhões ou bilhões de anos, e provavelmente não mais existiremos como espécie para receber tais sinais.
 
Apesar de crer abertamente na existência de vida extraterrestre, a distância, e a baixa probabilidade de vidas inteligentes é para mim o principal agravante para não crer em seres extraterrestres entre nós. Outro agravante é acreditar que seres mais desenvolvidos tecnologicamente são necessariamente seres “bons”. A leitura da vida inteligente em nosso planeta não qualifica esta assertiva. Se seres extraterrestres estivessem por aqui, eles poderiam ser “bons” ou “maus”.
 
A vida é maravilhosa, e não deve ser necessariamente um “beneplácito” único de nosso planeta, provavelmente ela exista espalhada pelo universo, em diferentes modos e realidades, algumas que teríamos muitas dificuldades em percebê-las como vida, e que firam nossa forma mental de pensar uma vida.
 

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 12/06/2012
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