Educação Sexual: Tabu
Ao longo do tempo, elementos culturais intrínsecos ao nosso cotidiano acabam por reger a forma como nos comunicamos e, principalmente, a maneira como educamos, tanto na família quanto na escola. Certos posicionamentos diante de situações delicadas podem causar traumas psíquicos e sociais em crianças que estão apenas aprendendo a conhecer o mundo e se conhecer.
O estilo de vida conservador estabelecido na sociedade brasileira, principalmente, pelo cristianismo, "satanizou" a sexualidade, criando um tabu, "um assunto proibido para menores", mesclando, indevidamente, sexualidade com pornografia. Esse radicalismo, apesar de não ser generalizado, somado ao machismo próprio dos latinos, distancia a educação sexual de um desenvolvimento eficaz e de uma instrução sem máculas.
Creio que, independente da posição da família sobre o assunto, é dever da escola inserir o conteúdo em questão desde as séries inicias, começando com higienização genital e funcionamento desta área do corpo. À medida que crescem, os alunos devem receber orientações sobre o sistema reprodutor, gravidez, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST's) e métodos contraceptivos, com ênfase no preservativo.
O tema "sexo" é, provavelmente, o que mais prende a atenção de crianças e adolescentes (para não dizer de adultos também), portanto, um trabalho educacional que inclua muita conversa e desenvoltura do professor irá romper com os nocivos tabus criados pela sociedade, criando um laço de confiança entre educador e educando para que este último tenha uma sexualidade saudável e natural durante toda sua vida.
Ninguém nasce do repolho ou é trazido por cegonha... E homens e mulheres são diferentes, o que os coloca em igualdade em todos os aspectos.
*Ensaio escrito no 7º semestre do curso de Pedagogia da Universidade Sagrado Coração (USC), em Bauru-SP.