Crenças e crendices, Deus e deuses..

A síntese das experiências existenciais da raça humana jamais poderá ser desconsiderada na análise de qualquer proposição ideológica. São às vezes as estrelas mortas que explicam as vivas. Desconsiderar a luz que elas lançaram sobre o espaço seria negar sua existência e desprezar a revelação trazem sobre toda constelação. No transcorrer dos séculos tivemos a era das luzes, e a era das trevas, na cultura do desenvolvimento humano. Historicamente o que iluminava a história humana era o brilho das inteligências raras que surgiam manifestando corajosamente idéias novas e reformadoras sobre as mentes enegrecidas pelo desconhecimento e pela insensatez. Muitos raios de luz foram despejados trazendo percepções novas que reconduziam a humanidade para princípios que sustentariam por séculos o comportamento ético e moral dos povos. Contudo, transcorria algum tempo a luz enfraquecia pela distorção natural e maléfica do egoísmo. Os novos pensadores se debruçavam perplexos analisando as circunstâncias tentando propor uma reorganização do pensamento humano. Isso se repetiu incontáveis vezes na história humana. Os reformadores surgiam sempre alçados no bom senso no comedimento, mas com firmeza ideológica. Via de regra, eram combatidos ferozmente, muitos pagaram um preço alto por seus ideais, mas suas idéias sobreviviam. Do triunfo ideológico desses surgiam os parasitas polemistas radicais que se encarregavam de demonizar a ideia dogmatizando um conceito que deveria ser apenas uma forma de pensar. Oportunistas, incapazes intelectuais, e burocratas, queriam “sacerdotizar” a nova era. Isso aconteceu principalmente nas esferas políticas e religiosas. Pensemos no que se transformou a visão socialista De Karl Marx sob a mão de ferro de Stalin. Mas definitivamente as maiores deturpações se deram nos princípios do Cristianismo. Certamente porque a “sacerdotização” era mais autorizada na mente das pessoas. Os intermediários, atravessadores, seguiram por séculos demolindo os ideais de Cristo até culminar com a descrença quase generalizada na fé cristã. Parece que assistimos o cinismo religioso tomar conta do cristianismo de tal forma que faz sentido críticas de incrédulos arrogantes frente a arrogância dos crentes.Vemos uma debandada cismática de desiludidos com as vaguezas do evangelho eclesiástico. Em contrapartida segue outra multidão em busca das crendices das crenças do novo crente. Crendices produzidas “sacrossantamente” pelos novos sacerdotes da adoração. “Os deuses dos povos são ídolos” Salmos 96:5. A idolatria com seus ícones exponenciais nas asas da alta tecnologia da informação parece não ter limite. Os gigantes “pais” sacerdotes fazem ouvido moco na palavra de cristo que diz: “E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus”. Mateus 23:9. Obviamente falando de pai espiritual. O retorno da fé cristã ao paganismo dissimulado parece ser definitivo no seio eclesiástico, causando danos quase irreparáveis para as mentes que o rejeita bem como para aquelas que o aceita. A um traz a desilusão crônica que causa a fuga para filosofias de natureza pragmática, a outro escraviza a consciência insinuando a benção e a maldição alternadamente. A fuga de uma promove a outra. Quando olhamos atentamente panorama da história do cristianismo vemos que as experiências de muitos são referências, mas que suficiente para aceitarmos a realidade histórica da fé cristã. Porém vemos também muito claramente que se abriga nas concepções cristãs atuais muito mais princípios de moralidade que seguem sempre atrelados ás tradições do pensamento humano, a cultura humana, que os princípios que fundamentam o ideal de Jesus Cristo. A cultura humana tomou as rédeas do pensamento cristão travestindo-se de cultura evangélica através de moralidades e crenças particulares que se processam na mente humana totalmente alheia à mente de Cristo. Uma boa reflexão sobre o que concerne ser a religião cristã ideal se resumiria em Marcos 12:30-31:

"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes."