Diário de Leitura 2

CEFET – Diretoria de Graduação - Departamento de

Linguagem e Tecnologia - Curso de Letras

Disciplina: Linguística Histórica

Prof.: Rosane V. G. Beltrão

DIÁRIO DE LEITURA

Referência:

MELO, Gladstone Chaves de. Iniciação à filologia e à linguística portuguesa. Rio de Janeiro : Ao Livro Técnico, 1981. p. 69-75. Capítulo III

Autor do diário:

Luís Antônio Matias Soares

HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Este capítulo se refere à história da língua portuguesa e aborda a nação portuguesa a partir da união de D. Tareja (filha bastarda de D. Afonso VI, Rei de Leão e Castela) e de D. Henrique (Conde de Borgonha), atestando o início de sua administração sobre o Condado Portucalense, núcleo primeiro do futuro Estado de Portugal.

Ali nos é repassado que o galego-português foi aos poucos absorvendo os demais falares da região, como os moçárabes (islâmicos ou árabes), mas ao mesmo tempo recebendo deles extensa influência, e dividindo-se ao final do século XVI em duas línguas diferenciadas, dois co-dialetos, o português e o galego.

Posteriormente, o português veio a se estender para o Brasil e ainda para uma grande quantidade de países e nações africanas, asiáticas e insulares.

Senti curiosidade de saber mais sobre o que o povo e a cultura moçárabe, vindo desta vez a recorrer a outro site da internet:

Os moçárabes eram cristãos ibéricos que viviam sob o governo muçulmano no Al-Andalus. Os seus descendentes não se converteram ao Islão, mas adotaram elementos da língua e cultura árabe. Eram principalmente católicos romanos de rito visigótico ou moçárabe. Alguns eram cristãos árabes e berberes, juntamente com convertidos muçulmanos ao cristianismo, os quais, na qualidade de falantes do árabe, sentiam-se à vontade entre os moçárabes originais. Os enclaves moçárabes eram encontrados em grandes cidades muçulmanas, especialmente Toledo, Córdoba, Saragoça e Sevilha.

O número destes moçárabes era particularmente grande na parte meridional da península, mas não se pode supor que todos os moçárabes aceitaram plenamente a língua dos dominadores; muitíssimos, se não a maior parte, seguiam usando o romance (esse sim, com grande influência árabe), pelo menos como língua familiar, e empregavam o árabe como língua cultural.

Durante a Reconquista, nos séculos posteriores ao século XI, com o desmembrar do Califado de Córdoba, o número de arabismos cresceu consideravelmente. Nos territórios que são hoje a Espanha, a penetração do castelhano, desde meados do século XI, começou a predominar sobre as demais línguas, de forma que os modernos dialetos da Espanha meridional podem se considerar, com justa razão, não como continuações dialetais do românico local, e sim como posteriores sobreposições de elementos espanhóis centrais e setentrionais em território de população escassa, arabizada na maior parte. Em Aragão e Castela restaram muitos textos aljamias isto é, textos em romance neolatino navarro-aragonês e espanhol arcaico, porém escritos em alfabeto árabe.

É provável que as variedades moçárabes não tiveram dificuldades de compreensão com as variedades do português, castelhano e catalão, que entraram em contato após a Reconquista em cada zona em que se falava o moçárabe. A variante do romance moçarabe falado na região conquistada por Portugal é conhecida como moçarabe-lusitano. Provavelmente estas variedades sofreram algumas modificações, lentamente, na direção da nova língua dominante, desaparecendo como dialetos separados identificáveis no século XIII. Ou seja, duzentos anos após o início da Reconquista, as variedades moçárabes se tornaram extintas.

Não mais concernindo ao aspecto cultural e lingüístico, porém ao social, muitos moçárabes foram considerados mouriscos, isto é, muçulmanos convertidos ao cristianismo. e vice-versa. Em 1.625, devido à desconfiança de que estes cristãos novos fossem falsamente convertidos, ou seja, de que fossem muçulmanos às ocultas, foi decretada sua expulsão. Com a expulsão dos mouriscos de Espanha, milhares permaneceram fazendo-se passar por moçárabes. Dos que foram expulsos, grandes contingentes dirigiram-se às recém-descobertas terras de América, sobretudo México, Guatemala, Grã Colômbia e Argentina. (Wikipédia, 2011)

Referência:

Moçárabes. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7%C3%A1rabes Acesso em 22 de abr. 2012.