A ÚLTIMA PALAVRA
A gente pensa que dá as cartas,
que é a bola da vez,
que diz e desdiz o que bem entende.
A gente acha que sabe tudo,
que tem controle sobre as coisas,
que faz e acontece.
A gente supõe que tem livre arbítrio,
que escolhe entre o sim e o não,
quando bem quer.
A gente se engana quando esquece alguns pequenos detalhes,
tão pequenos que passam batido ao longo das nossas vidas.
Somos seres inteligentes, iluminados, dotados de sabedoria.
Temos a capacidade de pensar, raciocinar, entender as coisas.
Temos no nosso DNA uma evolução que cumpriu suas etapas a duras penas.
Mas se deixassem que fizéssemos tudo ao nosso modo, a zorra não seria só total. Seria universal.
Somos gente boa, mas temos algumas manias de poder que não são bolinho.
Gostamos de dinheiro tanto, mas tanto, que por ele vendemos a nossa alma e a da nossa mãe, se for necessário.
Somos criaturas raivosas, adoramos um barraco e não temos muitos escrúpulos para atingir os nossos objetivos, mesmo que isso atrapalhe e machuque muitas pessoas.
Se deixarem tudo ficar por nossa conta, toda essa coisa bonita que são as nossas florestas, rios, mares, bichos, plantas, acabaria virando um lodo só, fedido, mesquinho e encardido como a mente de algumas pessoas que escolhemos para cuidar dos nossos bens comuns.
Somos gente boa, na essência, mas a vida vai nos forjando de um jeito não legal, deturpando tudo aquilo que foi originalmente proposto para vagar por essas bandas chamada Terra.
É aí que o caldo entorna. Acabamos detonando tudo em nome dos nossos próprios e tacanhos objetivos, só conseguimos ver o que nos interessa, o que nos beneficia, o que nos convem.
Felizmente quem montou todo esse circo sabe que precisa colocar um cabresto forte na gente, para brecar essa desenfreada ânsia por bens materiais a rodo, por essa doentia mania de deixar de lado os valores essenciais, como o respeito, a generosidade, a bondade.
Ainda bem que não temos a última palavra. Sorte nossa.
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