Limites do mundo como nossos preconceituosos limites pessoais



É muito comum que confundamos os limites que acreditamos ter o mundo com os meros e preconceituosos limites do alcance de nossa visão deste mesmo mundo.
 
Os pessimistas nada construíram para a civilização, não tiveram a coragem de sequer saírem de seus casulos e não realizaram a transformação científica do saber que continuamente adquirimos.
 
O universo é profícuo em possibilidades, hoje, acredito, que já conheçamos razoavelmente bem as regras e o funcionamento estrutural básico desta maravilha que é o nosso lar maior e da qual somos parte inseparável. Mas conhecer suas leis maiores, não significa conhecer toda a sua estrutura e toda a sua capacidade de nos surpreender. Darmos limites ao potencial deste universo, é natural aos limitados pensadores, que transferem sua segueira, muitas vezes preconceituosas, para o potencial de nossa existência e da maravilha do universo.
 
Por outro lado é comum que “abramos” a nossa mente, e cobremos esta mesma abertura aos demais, apenas para justificar crenças e preconceitos pessoais. Uma mente aberta é primordial na busca de conhecimentos e na interpretação do complexo universo, mas esta mente aberta deve estar coerentemente alinhada ao saber de momento. Pode e deve  buscar rever o saber atual sempre que novas EVIDÊNCIAS surjam para tal, e apenas não fazer ignorância pseudocientífica somente porque me interessa justificar qualquer coisa em especial.
 
O conhecimento pode e deve ser revisto, mas sempre de forma lúcida, racional e crítica e não aos interesses pessoais ou de grupos. O conhecimento é uma crescente, e a história em geral mostra que ele se soma, e que é cada vez mais multidisciplinar e sofre transformações ao longo do tempo, mas cada vez menos estas transformações aniquilam conhecimentos anteriores, e sim se somam, melhor definem e modelam conhecimentos anteriores. A relatividade não destruiu a newtoniana, a quântica não destruiu a relatividade, elas se complementam em muitos casos, elas melhor se ajustam a novas evidências e se em alguns casos se atritam é na busca de uma melhor consolidação. A teoria das super cordas pode domesticar, em especial, os atritos entre a relatividade e a quântica. Chegamos a um estágio de conhecimento que me parece cada vez mais difícil descobrir, pelo menos em física, uma revolução tal que aniquile o conhecimento já adquirido, entendo sim que cada vez mais ele se somará e pode levar a alguns redesenhos de modelos, mas sem fazer da física anterior algo totalmente errado, pois tecnologicamente já vivemos dos conhecimentos físicos adquiridos no dia a dia e eles se mostram coerentes com o que se prestam a fazer. A quântica e a relatividade fazem parte de nosso dia em muitas tecnologias de uso comum. Agora devemos estar sempre preparados para NOVOS conhecimentos, pois o limite do universo é totalmente intangível para o nosso pequeno grau de conhecimento atual. Matéria escura e energia escura podem ser novos paradigmas físicos, talvez o sejam, multversos podem ser realidades, dimensões extras podem ser a pura realidade, serão novos e desafiantes caminhos, mas não aniquilarão com o conhecimento atual, apenas abrirão novos e encantadores rincões de conhecimentos e criarão novas fronteiras a serem domesticadas entre os conhecimentos atuais como entre a Gravidade e a Energia escura, ou entre buracos negros e os possíveis buracos brancos. Coragem, ousadia, muita pesquisa séria e um estado de vontade própria dos que querem realmente descobrir, aprender e melhor
conhecer a realidade de nosso universo é essencial, sem transferir para este universo os limites do alcance de nossa visão deste mesmo mundo.
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 18/04/2012
Reeditado em 18/04/2012
Código do texto: T3619214
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