CANASTRA
Meu Rei chegou de mansinho, dizendo palavras doces.
Como um Valete, rápido e certeiro, atirou flechas em recônditos há muito adormecidos.
Autêntico Ás na arte da sedução, no início agia com a elegância de um Duque cortejando a Dama. Terno, perspicaz, inteligente e esperto como devem ser os atletas numa Quadra de tênis.
Não lhe era difícil ganhar numa disputa cujo limite fosse a Quina, Sena, Sete ou Oito.. Números eram a sua especialidade, tendo as Ciências Exatas na sua área de formação.
Contabilizava até as vitórias e os blefes da sua Dama.
Como todo macho exibicionista, meu Rei pensava que era nota Dez. A Dama tinha defeitos, mas ele não.
Meu Rei tinha sim seus defeitos – a sua rapidez de Valete.
Enquanto a Dama, pacientemente, procurava cavar as cartas para fazer um jogo redondinho, limpo - ele não esperava a Nona hora: batia primeiro, sujando o que poderia ser uma canastra de 200, 500 ou 1000.
E ela morria segurando os curingas de Paus, Ouro, Copas e Espada.
Ó meu Rei, você precisa aprender a jogar Paciência...
04/04/2012