CANASTRA

Meu Rei chegou de mansinho, dizendo palavras doces.

Como um Valete, rápido e certeiro, atirou flechas em recônditos há muito adormecidos.

Autêntico Ás na arte da sedução, no início agia com a elegância de um Duque cortejando a Dama. Terno, perspicaz, inteligente e esperto como devem ser os atletas numa Quadra de tênis.

Não lhe era difícil ganhar numa disputa cujo limite fosse a Quina, Sena, Sete ou Oito.. Números eram a sua especialidade, tendo as Ciências Exatas na sua área de formação.

Contabilizava até as vitórias e os blefes da sua Dama.

Como todo macho exibicionista, meu Rei pensava que era nota Dez. A Dama tinha defeitos, mas ele não.

Meu Rei tinha sim seus defeitos – a sua rapidez de Valete.

Enquanto a Dama, pacientemente, procurava cavar as cartas para fazer um jogo redondinho, limpo - ele não esperava a Nona hora: batia primeiro, sujando o que poderia ser uma canastra de 200, 500 ou 1000.

E ela morria segurando os curingas de Paus, Ouro, Copas e Espada.

Ó meu Rei, você precisa aprender a jogar Paciência...

04/04/2012

DIANA GONÇALVES
Enviado por DIANA GONÇALVES em 04/04/2012
Reeditado em 08/12/2012
Código do texto: T3593583
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