O que me leva a escrever

“Mergulho profundo no Ser. Busco a essência que me faz humana”

Somos – entre outros, o que e como agimos. No entanto, o que se escreve, muitas vezes, não reflete a realidade. Isto não significa sempre falta de caráter íntegro de seus fautores. Revela a pretensão de criar um mundo ideal, um mundo de sonhos – a própria semente de uma futura e desejada realidade.

Provavelmente – quero crer – chegará o dia no qual a humanidade atingirá a evolução para tal. Essa semente, adormecida no coração da Terra há milênios, germinará com força e transformará o Orbe no paraíso almejado. É este o objetivo dos escritores em geral e principalmente dos poetas.

Quanto à mim, amo a Natureza: os céus, as águas, a terra e tudo o que ela dadivosamente nos proporciona.

Gosto de pessoas cuja bondade é refletida em suas palavras e atos e buscam a verdade sendo sinceras. Assim, educação é mesmo mais importante do que instrução; aquela aprende-se em casa e deveria seguir na escola, vindo a ser, inclusive, por ela complementada.

No que tange à sensibilidade, pode ser considerada superior à capacidade e mesmo, à inteligência. Aquela, leva-nos a harmonizar a alma com o que e quem há à nossa volta . É de lamentar-se, no entanto, que sua carência se revela assustadoramente nos agires da maioria das sociedades dos que se consideram humanos... Por outro lado, unidas: sensibilidade, capacidade, educação, inteligência, aliadando-se-as ainda – e principalmente - ao caráter íntegro, chegar-se á à criatura ideal, quase perfeita.

Escrever é uma das formas de conectar-me com pessoas a mim assemelhadas: caráter reto, inteligentes e, acima e além, guiadas por suas almas. Essas fazem-nos agir com sentimentos que as tipificam realmente como ’humanas’…

Uso as palavras para ’construir pontes’. Pretendo expor meus sentires e idéias sobre assuntos diversos que não só a mim a mim interessam, como a todos os que vivem atentos: política, direito, filosofia, artes em geral (principalmente música, literatura, escultura, pintura, teatro, bale) justiça, educação, cidadania … enfim, tudo o que nos rodeia- as humanas humanidades – e faz parte de nossas vidas, não necessariamente na ordem indicada.

Em contraponto harmonioso, objetivo também conhecer pessoas através da forma como se expressam e agem, saber quem são como criaturas… Aliás, bons amigos muito podem alargar-nos o horizonte.

Finalizo discordando de John Done: “No man is na island”(*). Certa estou de que somos ilhas, sim. Proponho-lhes, portanto: sejamos também bons engenheiros e construamos pontes para unirmos nossas ilhas… formemos diversos arquipélagos… Que sejam muitíssimos! Construamos tantas pontes quantas forem necessárias. Transformemos este nosso pequeno planeta em um só e exótico arquipélago, unido pelos ideais maiores da humanidade: amizade, respeito, solidariedade, entendimento, fraternidade e amor.

(*) Oportunamente pretendo escrever artigo a respeito, pois sua idéia deve ser considerada no contexto do que escrevera, e não isoladamente como de costume.

Muita saúde, luz e paz!

Fraternal abraço para cada um de vocês, amigos leitores!

Mirna Cavalcanti de Albuquerque Rio de Janeiro, 28 de Março de 2012