TRIBUTO AO CHICO ANYSIO.

O Brasil sempre se mostrou pródigo em gerar filhos com talento excepcional.

Esta capacidade certamente é produto da mistura de raças que vem sendo voz corrente desde quando homens brancos aportaram nestas bandas, usurpando dos índios um direito nativo sobre esta terra abençoada.

Ao colocarmos, na mesma cumbuca, DNAs tão desalinhados, estamos por certo criando um DNA vira-lata, cuja essência se esconde numa mescla de culturas que, por certo, não encontraremos com a mesma desenvoltura em outros confins.

Na profusão de talentos que emergem neste continente tupiniquim, certamente o Chico Anysio é um ponto fora da curva.

Seja pela sua capacidade de incorporar personagens de uma riqueza rara, seja pelo dom inato de atribuir a estas figuras uma alma arrebatadora, enfim, o Chico talvez seja o mais pungente fruto desta terra bonita por natureza.

Mais do que gênio com retrancas chaplinianas, mais do que mestre de várias gerações de humoristas que sempre tiveram no criador do Professor Raimundo o alicerce para dar vazão ao seu trabalho, o Chico foi a síntese visceral da personalidade do povo brasileiro, entremeando em memoráveis facetas aquilo que temos de bom, de ruim, de louvável, de deplorável, enfim, soube traduzir com todas as letras o que carregamos dentro do nosso sangue.

Vá com Deus, querido Chico. E que continue a jorrar talento por todos seus poros nas suas novas andanças, que certamente deixarão o céu mais rico e bem mais feliz para todo o sempre.

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