Uma visão espiritualista sobre o “Ser e Existir” de Heidegger

Incrível como certas leituras ampliam a percepção sobre nosso mundo, e assim o vamos percebendo. Os pensamentos estão ali flutuando, como em uma nuvem, soltos no ar, até que aquele pensamento tão sem graça e já velho conhecido muda de nome, muda de forma, é o mesmo, mas agora o vemos diferente, e então o capturamos, entendemos, e portas são abertas, e delas novas idéias se libertam.

Assim foi ler o texto morte em Heidegger da autora Carollyne Sabioni. Quando li que “nem tudo o que existe é”. Esta frase me colocou diante de um paradigma totalmente novo, pois, para mim tudo que existia era alguma coisa, mas ser alguma coisa, é existir? Segundo Heidegger, nosso mundo está repleto de coisas meramente lançadas e seres existentes. Qual dentre todas as coisas no mundo que realmente existe? O único que existe é aquele capaz de compreender que de fato ele existe, ou seja, o homem é o único que possui compreensão de seu ser (Ok, então a principio o Homem é a única coisa que existe?). Ainda no homem, temos aquele que se encaixa unicamente como “ente” e aquele que se encaixa como “ser-aí”.

O homem enquanto ente possui uma existência inautêntica, pois existe imediatamente em um mundo, mas sua existência se torna, de grosso modo, algo sem sentido. Ele sobrevive dia após dia, como qualquer outro animal, buscando suprir suas necessidades naturais e artificiais.

Agora deixo, imperceptivelmente de ser eu e passo a ser o nós e/ou a gente. Passamos a ser doutrinados e adestrados pela sociedade, sem face, que dita as regras, determina quem serei e o que farei.

Como poderei desembaçar o espelho da minha vida e voltar a ver o meu rosto? O meu ser? Para tudo há se um jeito. Como anteriormente foi dito, o homem é uma junção de mundo e ser... é através do mundo que nosso ser será contemplado.

Então como poderei existir no mundo?

Entendo que aqui existir é fazer a diferença, ou seja, em síntese parar e pensar se eu morrer hoje, farei falta para alguém ou serei apenas uma estatística?

Dinheiro, poder, e todo esse consumismo dos dias de hoje, me levam para qual caminho?

Penso logo existo- é um bom começo, mas pensamento sem ação de pouco vale.

Grandes obras de concreto, e nomes em placas, mostram quem você foi, mas as verdadeiras obras que marcam nossa existência são as feitas no coração do próximo. Tão fácil, e tão simples, e eu que não tinha pensado nisso antes.

Ama ao próximo como a ti mesmo, cativar as pessoas, tratar bem, assim você vai existir, e não será esquecido. Como Cristo, Buda e outros tantos fizeram.

A evolução não da saltos, a milhares de anos o cosmos se expande em pequenos passos ao infinito, e assim também podemos nos melhor, passo a passo, pouco a pouco, no caminho do bem.

FSantana
Enviado por FSantana em 16/03/2012
Código do texto: T3557295