CASAL PERFEITO?
Pensamento para um Bom Dia HOJE:
As pessoas são responsáveis e inocentes em relação ao que acontece com elas, sendo autoras de boa parte de suas escolhas e omissões.
(Lya Luft)
Bom Dia
...O casal perfeito seria o que sabe aceitar a solidão inevitável do ser humano, sem se sentir isolado do parceiro - ou sem se isolar dele?
O casal perfeito seria o que entende aceita, mas não se conforma, com o desgaste de qualquer convívio e qualquer união?
O cotidiano baixa sobre qualquer relação e qualquer vida, com a poeira do desencanto e do cansaço, do tédio. A conta a pagar, a empregada que não veio o filho doente, a filha complicada, a mãe com Alzheimer, o pai deprimido ou simplesmente o emprego sem graça e o patrão de mau humor.
Mas primeiro teríamos de nos escolher a nós mesmos diariamente. Ao menos de vez em quando sentar na cama ao acordar, pensar: como anda a minha vida?
Quero continuar vivendo assim?
Se não quero, o que posso fazer para melhorar?
Quase sempre há coisas a melhorar, e quase sempre podem ser melhoradas. Ainda que seja algo bem simples; ainda que seja mais complicado, como realizar o velho sonho de estudar, de abrir uma loja, de fazer uma viagem, de mudar de profissão. Nós nos permitimos muito pouco em matéria de felicidade, alegria, realização e sobre tudo abertura com o outro. Velhos casais solitários ou jovens casais solitários dentro de casa são terrivelmente tristes e terrivelmente comuns... (trecho de O casal perfeito - Lya Luft)
Você se sente um casal perfeito? Quando a gente casa ou, na nova versão de casamento, moramos junto com o namorado, acreditamos ser para sempre e que seremos o casal perfeito até que a morte nos separe.
Com o passar do tempo vemos e sentimos que não é bem assim, um mar de rosas, sem espinhos, se a gente não fizer a nossa parte, não é mesmo?
São duas diferentes pessoas que se uniram, têm arestas para aparar, diferenças a corrigir; são educações, gênios, gostos, pensamentos diferentes... quando percebemos estamos envolvidos com casa, filhos, trabalho...
O diálogo vai ficando esquecido, não temos mais os momentos a dois, assistindo a um bom filme no sofá, discutindo sobre um bom livro, um jantar romântico planejado bem no meio da semana, esquecemos-nos de nos convidar para um passeio, ficamos envolvidos nos nossos problemas, olhando somente para o nosso umbigo, e, esquecemos que estamos criando um distanciamento, o nosso relacionamento está ficando em segundo plano, porque a paixão já acabou, provado está que a paixão dura dois anos, depois vem o amor e algumas vezes ele não vem como desejaríamos e já estamos envolvidos até o pescoço, confundimos tudo ao invés de investirmos e adubarmos o amor, e, vemos pouco a pouco este amor se desgastando nas pequenas coisas do dia-a-dia, vamos empurrando com a barriga ao invés de reagirmos, cada um no seu canto, ele vendo esporte na sala, ela no quarto vendo novela.
Culpamos os filhos, o trabalho, a casa... enfim...esquecemos de parar e analisar, observar a nós e ao nosso companheiro, vermos que a lei do mínimo esforço é o que está nos regendo e que temos que reagir, usarmos a lei do máximo esforço, de nos desdobrarmos para continuar o namoro no casamento, um fortalecendo o outro com carinho, dedicação, compreensão...convivência sadia gera amor, isso é a nossa saúde para que o casamento não adoeça e muitas vezes morra na praia.
Concorda comigo?
Quando deixamos morrer o amor, porque como tudo que é vivo, se não é alimentado, morre de inanição, não é mesmo?
E, na maioria das vezes não é enterrado, vira fantasma nas nossas vidas e todo fantasma assusta, intimida, amedronta. Como disse Lya Luft na sua crônica sobre o casal perfeito, casal solitário dentro de casa é terrivelmente triste, disse também que devemos escolher a nós diariamente para a felicidade seja completada.
Se, vivermos e fazermos o que nos faz bem e que nos faz feliz, teremos a condição de fazer o companheiro feliz, porque quando estamos bem temos todas as condições e suportes para fazer a felicidade do outro.
Você já experimentou isso? Se, ainda não, experimente antes de qualquer outra decisão.
Muitas vezes esquecemos-nos de nós pensando em filhos, marido, casa, e isso nos faz escorregarmos para um abismo sem enxergarmos o final; outras acordamos pensando em nossa felicidade, decidimos nos dar a realização e podemos perceber o quanto enxergamos o céu azul, mesmo que coloquem nuvens negras sobre ele; outras planejamos e não cumprimos, outras desistimos por comodismo ou covardia, e isso nos deixa infeliz. O que devemos perceber é que se decidirmos realizar um sonho, um plano de vida, tem que ser por nós, sem pensar no que o outro vai pensar, ou, colocar obstáculos.
Difícil vencer barreiras, mas não impossível. E, se o nosso companheiro nos apoia, nossa! Glória aos céus, como tudo fica azul, a casa, a rua, a fazenda... nosso rosto fica iluminado e, quando chegamos em casa, queremos o sofá da sala e o esporte ao invés do quarto e a novela.
Posso assinar embaixo do que escrevo, porque na prática, vivo um casamento de trinta e dois anos, com altos e baixos, períodos de namoro e período de fantasmas ambulantes na mesma casa e, com certeza, os melhores momentos são os de namoro, cumplicidade, diálogo, e, quando vejo dois fantasmas perambulando pela casa quase não se esbarrando, me pergunto onde foi que me perdi, e, vou em busca de mim; se necessário for, recorro à terapia, ao diálogo franco, mas não deixo mais fantasmas por muito tempo perambulando pelos cômodos de minha casa.
E você espanta os seus fantasmas?
“... É difícil? É difícil. É duro? É duro. Cada dia, levantar e escovar os dentes já é um ato heroico, dizia Hélio Pellegrino. Viver é um heroísmo, viver bem um amor mais ainda. O casal perfeito talvez seja aquele que não desiste de correr atrás do sonho de que, apesar dos pesares, a gente, a cada dia, se escolheria novamente, e amém...”(Lya Luft).
Tenha um bom dia!
Escrito para o site Bom dia Hoje!
Cássia Vicente
Poeta e Aprendiz da Vida!
Jataí - Goiás
Contato: cassiamvicente@gmail.com
Web site: www.saiadotom.com
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