O Deus Plural
O que é o homem para achar que pode, na sua insignificância e mediocridade, definir a totalidade daquilo que Deus de fato é? Pedir ao homem que explique Deus é como pedir ao peixe que explique a água em que nada: impossível!
Deus estará sempre acima das concepções humanas, pois o homem tudo julga apartir de si próprio, e sendo o mesmo imperfeito e limitado, o seu julgamento também o-é. Porém, não é este o pensamento do homem ante as coisas espirituais. Há aqueles que esnobam e que se envolvem nos panos cinzentos da ciência em suas multifacetadas formas para argumentar que Deus nada mais é do que uma invenção humana, uma fábula, um conto,ou algo criado por necessidade: um grande engano! Deus não está preso a definições científicas, nem tampouco a conceitos humanos, ao contrário, este não seria Deus, mas mais um conceito vago e confuso criado pela raça mais soberba que há: a raça humana.
Há também aqueles que acham ser os "donos da luz", ou seja, que acreditam em Deus e assim o professam em um dos miltiformes credos (religiões, crenças, práticas) a que seguem. Daí nascem os intolerantes, pois acham que têm, somente eles, Deus; não compreendem estes meros mortais que Deus é uma pluralidade sem fim e que jamais a identidade do Supremo será refletida num único ponto, mas que Ele transcende a singularidade, de modo que, penso eu, está o Criador espalhado nas mais diversas fragâncias de fé que há pela terra. Deus não está apenas no catolicismo, ou no protestantismo, ou na crença espírita, ou ainda somente na fé mulculmânica ou tupi-guarani, mas está em tudo e em toda a parte, de modo que, sem perceber, todos estão num único caminho, ainda que os passos sejam diferentes. Deus é uma pluralidade um tanto incompreensível; querer aprisionar Deus em algo singular seria mera tolice. O fato de não haver harmonia entre as mais diversas fé não significa que ela não exista, mas que, apenas, o ser humano é de tal forma limitado que não consegue enxergá-la. Não importa o caminho de fé, no fundo todos anseiam pelo Criador, acredite ou não.
A medida que o homem se despojar do seu orgulho, egoísmo e abrir mão do senhorio de si próprio, aí sim, estará apto para enxergar o que o seu próprio engano não permite.