Os livros de autoajuda ajudam quem?
Já se falou muito que os livros de autoajuda só ajudam, de fato, duas pessoas: que os escreve e quem os publica.
Porque quanto mais elaborada for a sua retórica, quando mais sedutores forem seus argumentos, não dá para transferir experiências ou sensações.
Cada um de nós tem a sua própria história, nossos cenários têm alegorias que só cabem no palco em que estivemos pisando.
As pessoas se autosugestionam a partir do talento desses escritores e folheam as páginas do livro com a sensação ilusória de que trata-se de um fio condutor para sua Shan-gri-lá desejada, aquela ilha paradisíaca em que sempre sonhou aportar o veleiro da sua vida. Passado o efeito quase alucinógico proporcionado pelos exemplos e situações detalhadas no livro, resta uma frustração sem tamanho. Porque as mudanças só ocorrem quando queremos mudar.
E isso não depende da influência de quaisquer livros, filmes, conversas ou seja lá o que for.
Mas já que precisamos de pão e circo pra sobreviver, as editoras têm neste viez um filão poderoso para ganhar dinheiro e fazer a glória dos seus autores.
É pena, porque muita gente não percebe o engodo e cai na armadilha feito patinho imberbe, achando que tem o controle pleno e divino da sua mente, da sua alma, dos seus sonhos.
Pura balela. É possível mudar, sim, o que quisermos, com amplitude que quisermos, na hora que bem entendermos.
Mas isso despreza muletas, regras ou quaisquer outros artifícios.
É só a gente querer mudar simplesmente. E está mudado.
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