CARNAVAL: ENTRE O PAGÃO E O SAGRADO
Estamos na plenitude do Carnaval, uma festa "DA CARNE" historicamente descrita como de origem pagã, ou seja , advinda de povos cuja cultura religiosa era politeísta, a exemplo das civilizaçãos do primórdio "greco-romano" em que as crenças em vários deuses vinha em desacordo com o monoteísmo, a fé que defende a existência dum "deus" único, senhor absoluto e criador de todas as coisas.
Outrossim, a humanidade foi reformatando suas crenças até os dias de hoje de sorte a delinear grandes comunidades teológicas de fé monoteístas.
O Catolicismo é um exemplo de fé monoteísta Cristã.
E dentro deste histórico contexto teológico, sempre tão herméticamente conduzido através do tempo, hoje percebemos claramente como até os meios que regem os rituais da fé se transformaram a ponto de assistirmos a um quase "sincretismo teocultural".
Eu exemplifico: Quem poderia, até há algum tempo atrás, acreditar que um padre faria um casamento no sambódromo de Sampa?
E ainda um outro a euforicamente elogiar por SMS o carnaval da avenida?
E MAIS AINDA: Um casamento como um que asssiti recentemente, abençoado dentro dum bar, num altar montado entre as cervejas mais fashions de etiqueta "devassa"?
Supimpa teo-modernidade!
É óbvio que nada haveria de tão estranho não fossem as indulgências que deveriam ser pagas na Santa Inquisição da idade média frente a qualquer ritual pagão.
Seriam sinais alentadores do progresso do senso e do pensamento ou uma franca necessidade de se rever conceitos tão rígidos das fés para não se perder fiéis frente à tamanha concorrência das "frentes" teológicas que pipocam hoje em dia?
Eu não saberia responder mas penso que são vários os fatores culturais que afrouxam a formatação rígida da fé até entre os próprios doutrinadores das diversas igrejas espalhadas pelo mundo.
Penso inclusive que o próprio mundo de hoje, esse mundão moderno que passa por aceleradas e ecléticas transformações do pensamento bem como pela aceleração da informação, já não permite a formatação religiosa dentro dum arcaico e inviolável invólucro de comportamento teológico hermético e opressor.
A própria globalização tornou a tudo uma explícita Terra de todos...mas paradoxalmente de ninguém!
Hoje até os pensamentos são "on line" democraticamente em tempo real, não há como negar essa realidade.
E é esse cenário que grita aos nossos olhos, um mundo em que até as delimitações teológicas entre o "sagrado e o pagão" de antigamente parecem perder nitida e rapidamente os seus rígidos contornos.
Neste recém nascido sincretismo humano de novos tempos talvez a fé nos venha a ser a única essência aser buscada e quiçá não mais nos venha a ser vendida.
Os caminhos para exercitá-la me parecem que serão algo tão democrático quanto decidir o camando do micro e do macro mundo.
Se já não nos cabe nenhum ditador da terra, o que dizer dos tão costumeiros ditadores do céu?
O céu e a terra sempre regeram seus destinos politicamente corretos através dos seus históricos líderes que hoje cada vez mais se esforçam para exercitarem seus meios de não perderem terreno nas novas esperanças sempre muito mais distraídas...
Porque as mais velhas já estão sedimentadas.
E vamos todos para as avenidas da vida porque o Carnaval já começou, hoje num enredo bem de vanguarda, aonde o pagão fraternalmente já divide o asfalto com o sagrado...logo na comissão de frente...