CRITÉRIOS PARA A FELICIDADE - ENSAIO

Felicidade, essa palavra tão repetida no cotidiano social é originária do Latim, felix (genitivo felicis) significava - originalmente - "fértil", "frutuoso" ("que dá frutos"), que é "fecundo". Por extensão metafórica de sentido, já que o que é fértil é também oportuno, favorável, felix tornou-se sinônimo de "afortunado", "alegre", "satisfeito". (Latim Felicitas "felicidade" < Felix "nutriente").

A felicidade, segundo a ciência é um estado indelével de inteireza, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietação encontram-se ausentes. Esta abrange uma sucessão de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até o júbilo ou regozijo. Há ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior. Diferentes são as abordagens do que seria a felicidade - pela filosofia, pelas religiões ou pela psicologia.

Fato é que o homem sempre procurou a felicidade. Filósofos e religiosos sempre se dedicaram a definir sua natureza e que tipo de comportamento ou estilo de vida levaria à felicidade plena, sendo difícil definir, rigorosamente, a felicidade e sua medida.

A felicidade é o que os antigos gregos chamavam de eudaimonia (uma transliteração da palavra grega para prosperidade, boa fortuna, riqueza ou felicidade). Prazer como os filósofos preferem utilizar. Mas o que pode ser considerado felicidade em nossa atual sociedade? Quais os critérios para a felicidade neste século?

Vivemos num mundo cercado pela futilidade, pela “aparência” excessiva. Tornou-se “moda” a hipocrisia, o faz de conta que sou quem não sou, mas que insisto em ser. Ser sarado, fino, antenado, famoso, celebridade. Mas o mundo impõe esta tendência, isso é critério para a felicidade, a quem diga! Busca-se a felicidade a todo preço e a aparência faz parte desta “felicidade”.

Homens e mulheres preocupados com o corpo exuberante. Rugas, celulite, flacidez? Neste mundo “cosmetical”, não há espaço para estas palavras. Mas e a essência do ser humano? A beleza de sermos nós mesmos? O cuidado com nossa alma? Isso não importaria em ser feliz?

Acreditar que podemos viver aceitando-nos como somos, isso é para os insensatos poetas que acreditam na essência, diz-se. Quanta insensatez dos poetas! Sim, a beleza interior é secundária, talvez nem mais exista, a beleza exterior importa! Ser feliz neste século é ter um corpo exuberante, muito dinheiro, fama, ser celebridade, é o que buscam.

Entretanto, prefiro a insensatez dos poetas à hipocrisia dos homens. Assim, permaneço acreditando na essência e no que o ser humano pode ter de melhor em si, pois esta, a essência, é diamante bruto diante da aparência.

Constroem-se critérios para a felicidade de forma que o ser humano se torna mero objeto. Assistimos dia após dia celebridades fenecendo nesta busca incessante a felicidade, vidas se perdendo, futuros interrompidos. Busca inútil nas drogas de um sentimento que é parte da nossa essência.

Viver é arriscar, acertar, errar e aprender. Não há um critério para a felicidade, esta é uma construção daquilo que desejamos para nossa vida, e não há um manual escrito.

A felicidade envolve sonhos, ideais, um futuro de realizações. Acredite, todos merecemos a felicidade! Basta que abramos a janela dos nossos sonhos, deixemos a esperança entrar e sentiremos a maravilha do amor, do querer o bem, do bem.

A felicidade espera seu convite. O mundo espera seu toque de generosidade.

Abra a sua janela, faça sua história, escreva seu destino. Acredite no quanto és capaz de fazer, de mudar e, realmente, ser feliz.

Anne Monteiro
Enviado por Anne Monteiro em 16/02/2012
Código do texto: T3502709
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