Mini Tratado da razão

Mini Tratado da razão

O uso da razão é comparado ao exercício pleno da lucidez, embora não seja visto e entendido pela ciência como tal. Todavia, à guisa de percepção filosófica, observo que nada é comparada a este fenômeno singular que é a capacidade perene dela fazer uso sem restrição.

Há, portanto, discordância entre alguns pensadores sobre este assunto. Para uns não pode o ser humano ser capaz de exercitar vinte e quatro horas diárias o uso pleno da razão, e atribuem a isso o poder inconsciente do instinto. É digno de nota, o que alguns postulados psicológicos afirmam: que somos dotados de razão independente do instinto, instinto este que pode com algumas exceções variar de indivíduo para indivíduo... Entretanto, há, a meu ver, fatores que precisam ser coordenados dentro desse universo critica à razão. O homem avançou bastante na seara da consciência, que para mim não se trata apenas de um bem propriamente herdado, é como um bem material que se recebe, que passa de pai para filhos, todavia, há os que são considerados pródigos, dilapidadores das riquezas adquiridas hereditariamente.

Ainda vale ressaltar um critério universal, o do direito à liberdade de ação, e esse expediente é comum a todos os seres vivos, independente se têm ou não razão. Para se aplicar só aos humanos, usarei um fator preponderante, que a capacidade de premeditar, de antever os fatos, e o do conhecimento das causas e efeitos, citarei uma passagem bem conhecida aos que relutam em aceitar meu argumento, de que nós humanos não temos a razão como suprema lei a nos reger, entretanto, não discordo que assim devia se dá. Prefiro acreditar que a razão é desenvolvida ao passo que se tem ciência dos riscos aos que se expõem aqueles que desconsideram essa faculdade magnífica que tem como primícias o raciocínio humano. Por ter o dom de pensar, de prever algum evento, não se subtende para o homem, que possa sempre agir com consciência antecipada, ou mesmo resguardando-se dos riscos de não usar de modo pleno a razão. Foi dito para a família de ló, que a mesma devia deixa Sodoma sem olhar para traz, pois implicaria a destruição daqueles que não seguissem ao pé da letra este conselho divino. Tendo, portanto, conhecimento prévio da destruição, da condenação da parte de Deus, era de se esperar que todos agissem da mesma forma.

Aí entra em cena algo inerente ao ser humano, que é mais forte que a razão e não estar ligado ao instinto pré-humano da sobrevivência. É algo que foi aprimorado através da razão, da percepção e do raciocínio... A necessidade de acumular bens como garantia de um futuro seguro, ou mesmo com o fim de se mensurar o poder de um indivíduo sobre o outro, aquele que mais detêm mais poder deter, ou determinar regras e normas sobre outros.

Trata-se da ambição, da vaidade, e do superego, soma-se a isso o fato de que o homem não suporta a expectativa sombria da morte, e mesmo nessa circunstancia, ele não reagem pela razão, muitas vezes às portas do desconhecido ele deixa se levado pelo a preocupação instintiva da sobrevivência e, para levar a termo seu intuito de vencer a morte, se apossa de valores fungíveis, acredita que um bem material possa ser capaz de lhe oferecer proteção perpétua. Antes a morte em fortuna, do que morrer infortunado.

Evan do carmo Brasília 17/01/2007

Faz parte de um projeto em andamento obrigado

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 17/01/2007
Reeditado em 17/01/2007
Código do texto: T350173