Ensaio Utópico-pedagógico

Minha visão pedagógica é um tanto utópica, digo isto pelo atual investimento financeiro que o governo faz para manter a educação no Brasil. Para melhorar o atual cenário em que o Brasil se encontra, precisa-se investir mais em educação, os valores ainda são baixos comparados a outros países desenvolvidos, a UNICEF diz que o Brasil precisa atualmente investir 8% de seu PIB em Educação. Mas meu ensaio não é o quanto tem que se investir, mas sim uma mudança no modelo atual de ensino. Primeiramente, não tem que haver ensino público e ensino privado, mas sim ensino de qualidade, pois, entre escolas públicas há grande diferença se compararmos uma a uma em todo o Brasil, e o modelo privado também segue a mesma linha, cada um com seu plano e com seu método de ensino, mas todas com grandes falhas. Estão ensinando os alunos a seguirem planos de ensinos, ao invés de que eles mesmos criem o seu, ou seja, não está havendo experiência própria. Primeiramente tem que abolir essa grande diferença no ensino, pois se já na educação, ela que prepara os alunos de hoje para serem trabalhadores no amanhã já existem tanta diferença, será que ela mesma própria já não cria as diferenças sociais que vivenciamos nos dias atuais? Pois bem, eliminemos essa diferença no ensino, agora vamos partir para um modelo pedagógico ideal, para que possamos proporcionar uma aprendizagem melhor e também uma aprendizagem feita de experiências, pois o ser humano ao longo de sua vida vai armazenando-as e a partir delas é que enfrenta os desafios que vão aparecendo em seu cotidiano. Então, não diria que o ser humano seja um ser educável, mas sim que se educa ao longo de sua vida, ou seja, a ideia é que a partir de experimentação é que ele tira sua própria experiência, assim posso afirmar que, é melhor sentir do que apenas imaginar a sensação. Ao longo de toda minha carreira como aluno quase não vivenciei aulas práticas, e não só eu, como alunos de outras instituições também não as tiveram, o atual modelo ou o que passam dele é que tenhamos aulas teóricas, mas onde fica a experiência? Cadê os laboratórios de Química, Biologia, Física, Música, Pintura e também cadê o teatro e a piscina para prática modalidades aquáticas. As quadras poliesportivas estão onde? Como que o aluno vai desenvolver suas habilidades sem mesmo terem contatos com algo novo? Mas vi investimento em tecnologia, tecnologia? Muito bem, vi investimentos em computadores, mas e em bibliotecas? Querem cada vez mais limitar o aprendizado e o desenvolvimento do aluno. Não adianta de nada investir em computadores para pesquisas, pois dele se cria limites se não suscitarmos a pesquisa bibliográfica física nos alunos, não discordo que o mundo virtual nos ofereça coisas maravilhosas e o ganho de tempo, mas será que vale a pena? A capacidade de raciocino é diminuída a códigos binários que passam o que queremos para a rede, e a rede nos traz tudo que precisamos em fração de segundos, ou seja, ela faz o trabalho motor para nós, e isso é um limite para o desenvolvimento de raciocínio. Minha crítica aqui é que a tecnologia está limitando os humanos cada vez mais, ou posso dizer estão tornando os seres “burros”. Portanto, o desenvolvimento tecnológico chegou para todos, a cada dia que passa melhora-se a qualidade de vida, pois bem, mas ao criarmos a ideia de qualidade de vida, acabamos por criar também uma barreira de vida, quebramos limites tecnológicos, mas subimos muros para desenvolvimento físico-intelectual-humano. Temos que usar a tecnologia a nosso favor, e não contra nós mesmos. Vamos tirar dela o que é bom, mas sem criarmos limites para nosso desenvolvimento. Vamos voltar ao método de ensino, minha visão é abrangente e começa em casa, e não em sala de aula. Recebi dos meus pais incentivos para meu desenvolvimento, seja intelectual ou físico. Uma comparação básica e lógica de quanto às coisas mudaram em menos de 20 anos. Na minha infância eu ganhei um triciclo e no qual utilizava força física para poder andar com ele pelo pátio de casa, mas hoje, o que vejo são crianças com triciclo motorizado. Isso já é uma ideia de quanto nos tornamos limitados, uma criança de hoje não tem as mesmas experiências que uma criança teve a 20 anos. Os pais, como primeiros educadores deveriam incentivar a experiência de seus filhos, comprando brinquedos que os forcem o exercício físico e intelectual, ou também até criando junto com eles coisas novas, já que na época dos meus pais, eles mesmos criavam seus próprios brinquedos por uma falta recurso financeiro de seus pais. Ai então poderia começar a repensar a educação escolar também, se enquanto estávamos apenas em nosso lar desenvolvemos a curiosidade e um aprendizado através de experiência, na escola temos que seguir a mesma linha, onde o professor continue a incentivar esse interesse. Mas também tem que melhorar alguns aspectos didáticos, inserir programas de Arte e Esportivo nas escolas, e que ao longo de sua carreira escolar os alunos pudessem se criar no meio artístico, esportivo também como se criam no acadêmico. Pois, para mim, cada Ser tem um talento e dele tira o melhor. O que vejo nos dias atuais são alunos e mais alunos se perguntando diariamente o que irão fazer de carreira acadêmica, mas por que só pensam nela? Claro, não tiveram na vida delas Arte e Esporte, talvez essas pessoas tenhais um talento diferente que poderiam ter descoberto se tivessem tido contato com Arte e Esporte. Só vejo falarem em desenvolvimento acadêmico, mas não vejo falarem em desenvolvimento artístico e esportivo nas instituições, seja ela primária, secundária ou terciária, o que para mim é um grande erro, pois perdemos grandes artistas, esportistas e também grandes profissionais que poderiam render melhor academicamente se tivesse esse contato. Bom, temos no método a Arte e o Esporte, mas acredito que não podemos deixar de lado a Filosofia e a Ciência Política de fora dessa perspectiva. Defendo a ideia de que Filosofia e Ciência Politica seja estudada desde a primeira série do Ensino Fundamental, que a criança por meios específicos para sua idade tenha este contato, pois o que vemos nos dias atuais não é só o desinteresse por Política e Filosofia, mas a falta de conhece-las primeiramente. Mas para isto acontecer, deve-se criar um método especifico, que prenda o aluno e que eles não vejam como uma coisa chata e desgastante. Pois a falta de interesse tem ligação com a falta de conhecimento, é muito fácil não gostar de algo que nunca se estudou, claro, a preguiça pelo saber a carreta isto. É triste, mas é a verdade. A mudança tem que começar na base, não basta pegar e jogar essas matérias de qualquer maneira, assim como fizeram com a Sociologia e Filosofia no Ensino Médio, é um absurdo como eles tratam essas matérias, essas quais, que são tão importantes para o nosso dia-a-dia. Precisamos reviver o espírito político em nosso povo, precisamos de jovens interessados em política, pois desta maneira vejo também que melhoraria a forma de governo por parte de nossos governantes. Talvez todos esses meus ideais não passem de utopia, mas é a minha perspectiva para a educação. Talvez eu ainda seja muito novo para pensar em algo melhor, mas acredito que desta maneira evoluiríamos muito mais.

Minha perspectiva é voltada especificamente para inclusão de Arte-Esporte-Filosofia-Ciência Política na grade escolar, portanto, agora vou coloca-las de forma clara.

Método:

Pré-filosofia → Primeiro contato do aluno com a Filosofia, desenvolver materiais compatíveis com a idade do aluno, mas sem perder a legitimidade do conteúdo, assim desperta interesse pelo aprendizado. Em virtude disto, o aluno vai criando afinidade e com o passar do tempo torna-se algo corriqueiro em sua vida escolar.

Ciência Política → A mesma base da Pré-filosofia, aqui o aluno também terá o primeiro contato com a educação política, assim ela irá fazer parte do seu dia-a-dia. Todo ser humano é um animal político por natureza, e como temos votar obrigatoriamente, por que não temos estudo da política nas escolas? Se a educação é para todos, e votar é obrigatório, então que se tenha estudo, pois o governo quer Seres que não questionem a forma de governo.

Arte → Outro ponto importante é desenvolver programas específicos no qual o aluno desenvolva-se artisticamente. Seja pelo teatro, música, literatura, fotografia, pintura, dança. A Arte é algo maravilhoso e perdemos muito ao não ter um programa para que o aluno dedique-se a desenvolver tais habilidades.

Esporte → Programas de apoio a atletas, criação de uma carreira esportiva para que alunos estudem e pratiquem esportes. Atualmente no Brasil, temos atletas e temos alunos, mas ao desenvolver um plano-carreira teríamos atletas com formação superior também, assim poderia optar por ou serem esportistas ou trabalharem em outro ramo da qual tenha escolhido para estudar na Faculdade.

Não houve um aprofundamento maior por minha parte, mas minha perspectiva seria mais ou menos essa, outro ponto que não vou deixar passar em branco e que acho de grande valia é a pesquisa científica, toda escola deve ter essa prática, seja em qualquer área de estudo. Portanto, deve-se criar uma escola na qual o aluno tenha contato com várias áreas, assim ele teria maior chance de desenvolvimento do seu próprio talento. Depois de passar anos e anos estudando, talvez ele tenha conhecimento suficiente para dedicar-se somente a uma área, ou então a varias, seja como ele preferir.

Meu ensaio não é profundo, mas sim uma ideia parcial do que seria um ensino ideal na minha visão.

Para finalizar deixo essa letra da música Pensamento Próprio do rapper cuiabano Linha Dura.

Refrão: A educação, tem que voltar a considerar o seu objetivo principal, o desenvolvimento do ser humano e seus múltiplos aspectos, para que ele desenvolva todo o seu potencial, a escola não é um núcleo de isolado acontecências de acontecimentos, e agente quer uma escola mais ativa onde o aluno não seja ta passivo.

Quando eu tava na escola aprendi menos do que sei hoje,

fui obrigado a estudar, ouvi os professores,

nenhum me ensinou a questionar a dialogar,

fui crescendo como todos,

estudando para passar,

passar pra onde? passar pra que? pra ser um bom funcionário,

Ser alegria da minha mãe um capacho do Estado,

Assim segue o tema o bagulho é tradição,

uma instituição servindo para a manipulação,

eu estuda ensino religioso, via Jesus de pele clara, olho azul e cabelo loiro,

agora sei é uma comedia, uma mentira,

da primeira a 4ª serie, eu estudava no Adventista,

ai eu fui para escola publica, hum, aula de química,

o corpo ta na sala a mente ta rua, no futebol, no X bagunça, na sorveteria, pensava no baseado com os parceiros na esquina,

tem grande diferença entre escola e educação,

o que ta rolando é processo de repetição,

você vira irmão um robozinho do capitalismo,

também tem professor que é vitima de tudo isso, mas pensa que é o pan,

O dono do saber,

quem sabe,sabe, quem não sabe nada consegue me entender,

ou vai dizer que eu to errado, vai continuar assim ou me chamar para o dialogo, o fato é que o Brasil é assim e esse é o nosso, fim, pra min

Cabral é um canalha herói de verdade é Zumbi.

Refrão: Por que, que ninguém sabe as histórias afros-brasileiras? Por que, que ninguém sabe quem foi zumbi? qual é a prioridade nossa? Como que desenvolve as escolas brasileiras? Será que a educação é prioridade realmente no nosso pais? Ter garantido o acesso não resolveu o nosso problema da qualidade em nenhuma das modalidade e níveis de ensino, temos que enfrentar esse problema. nenhum estado conseguiu atingir o mínimo de 50% de aprendizagem dos nossos alunos.

E assim vai crescendo uma pá de surdo e mudo,

cadáver ambulante perambulando nesse mundo,

sem rumo, sem vida, sem critica sem gloria,

não faz nenhuma historia, apenas registra a historia,

e bate palma pro sucesso do patrão,

pega seu kit, uma vassoura e um pano de chão,

carrega logo esse cimento e não reclama,

a vida assim mesmo, lugar de preto é na lama,

não dá, não quero, não concordo com roteiro,

sua cena de comprar diploma e depois virar herdeiro,

enquanto eu estudei pra caralho,

fiz todos os exercícios mas no fim fui reprovado,

Dona Elza me desculpe, ainda não consegui,

mas eu não vou ser humilhado como a senhora foi aqui,

nessa terra injusta e desigual,

pra min ta tudo errado, pra alguns é natural,

o moleque entra Canado e pipoca o professor,

não tem merenda na escola o diretor que desviou,

ta todo mundo roubando e isso é real,

mas o guri do Pomeri, esse é marginal,

pensa nisso mas faz alguma coisa, sua teoria

só funciona se for assim o trouxa,

quero mudança no ensino pedagógico,

a aula ta passando e eu não tenho pensamento próprio.

Refrão: Eu morreria feliz se eu visse o Brasil cheio em seu tempo histórico de marcha, marcha dos que não tem escola, dos reprovados marchas dos que se rebelam, marchas dos que querem ser e tão proibidos de ser, é preciso mesmo brigar para que se tenha o mínimo de transformação, eu não aceito por exemplo, expressões como, a realidade é esta mesma, não eu recuso, como falsa, toda realidade esta ai submetida a de nossa intervenção nela.

Referência bibliográfica:

https://docs.google.com/document/d/1UUmCsqiJxlXx0t4Ok-iwX5IRzYBgzi5wr722OoWZIHo/edit

Guilherme Cesar Meneguci
Enviado por Guilherme Cesar Meneguci em 11/02/2012
Reeditado em 11/02/2012
Código do texto: T3493455