Poesia Viva
Se o mundo é cinza, ganha cor quando ela chega. Ela trás o bem e o mal, a comedia e a tragédia, o preto e o branco. Ouço musica e o silencio quando estou em sua presença, ouço os poetas mudos e seus versos de amor. Ela traz a poesia em seu próprio corpo. Hei de contar...
Os longos cabelos pretos, não lisos, não cacheados, traçam as linhas do meu destino, das minhas escolhas e do meu futuro, as leves ondulações, os obstáculos que irei enfrentar até minha conquista. Seus olhos, grandes olhos, castanhos, são a fonte da verdade, o espelho onde vejo o fim da trilha, a queda do penhasco, lançar-se do alto do monte sem ver o que há abaixo das nuvens, o tiro no escuro, a sedutora idéia de entrar sem saber se vai sair. A boca indica o caminho, fechada é mistério, é lábio que se quer beijar, aberta em sorriso é o sol, a luz e a salvação. Deus me faria o maior dos milagres se eu pudesse, uma vez por dia, ver este sorriso.
Seu corpo e curvas, paisagem mais bonita que qualquer cartão postal, perdão meu Rio de Janeiro, mas agradeço-lhe por me sua mais bela filha. A cor morena exala brasilidade.
Quando dança, vê-se as fadas de toda Arcádia dançando junto, vê-se as linhas da magia circulando sua dança, ela move a realidade a medida que balança o quadril e as mãos, é a dona do cenário, dona do céu e da terra, senhora das cores.
Hoje você ainda é uma ilha distante e eu estou aprendendo a nadar, o mar ainda me joga pra areia, mas eu aprendo e chego lá. Uma pena que todos saberão o que meus olhos vêem, mas você não poderá ler, não este, não tão direto. Um dia eu mostro quem sabe, no dia em que a ilha for conquistada e lá eu construir meu porto seguro.