Estudiosos da vida

Atualmente, existe em nossa sociedade um número imenso de pessoas que se dedica ao estudo dos seres vivos. Tais pessoas vasculham rios, campos, matas, montanhas, florestas, desertos, cavernas, mares, oceanos e até mesmo o espaço sideral em busca de sinais de vida.

Nos séculos XVIII e XIX, a pessoa que estudava a natureza e os seus fenômenos era conhecida como filósofo natural ou naturalista. Naquela época, os naturalistas tinham uma área de estudo muito ampla e diversificada, pois eles tratavam de assuntos que hoje estão fragmentados em disciplinas, tais como: biologia, geografia, geologia, farmacologia arqueologia, paleontologia e antropologia.

No desejo de conhecer e registrar as diferentes formas de vida existentes no planeta, os naturalistas saíam em viagens pelo mundo para explorá-lo. Em geral, os naturalistas eram pessoas nobres ou a serviço da nobreza.

O mais famosos de todos os naturalistas trata-se do britânico Charles Darwin (1809-1882 dC), que viajou o mundo em seu navio Beagle, coletando e classificando um grande número de plantas, animais, fósseis e rochas, e alguns anos após essa viagem, como bem sabemos, publicou o livro “Origem das Espécies”, causando uma ruptura na forma de encararmos a origem e organização da vida.

Além de Charles Darwin, outros naturalistas desenvolveram importantes trabalhos no Brasil e na América do Sul, como por exemplo: Georges Louis Leclerc - Conde de Buffon (1707-1788), Alexandre Rodrigues Ferreira (1756-1815), Alexander von Humboldt (1769-1859), Johann Baptist von Spix (1782-1826), Karl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), Francis de la Porte - Conde de Castelnau (1810-1880), Alfred Russel Wallace (1823-1913) e Henry Walter Bates (1825-1892).

Mas, na mesma medida que os naturalistas ampliavam suas coletas de dados e publicações, mudando a opinião das pessoas acerca da origem da vida, as ciências modernas passavam também por transformações, que acabaram ocasionando a divisão dos conhecimentos em áreas e disciplinas. Dessa forma, surgiu a biologia, que é a ciência responsável pelo estudo dos seres vivos. O termo biologia tem origem na fusão de duas palavras, bio (que significa “vida”) e de logos (“estudo”).

Atualmente, a biologia abrange um número muito amplo de áreas acadêmicas, freqüentemente, consideradas disciplinas independentes, tais como: botânica (estudo dos vegetais), zoologia (estudo dos animais), micologia (estudo dos fungos), virologia (estudo dos vírus) etc.

Não há duvidas que a biologia engloba a maioria dos principais estudiosos da vida. Mas, além dos biólogos tradicionais, existem outros interessados nesse assunto. Aqui, apresento algumas informações básicas sobre três ramos do conhecimento que tratam da vida: (1) a exobiologia, (2) a criptozoologia e (3) a ufologia.

A exobiologia (também é conhecida como astrobiologia ou xenobiologia) estuda a possibilidade de existência de vida no universo. O termo exobiologia tem origem na fusão de duas palavras, ex (que significa “fora”, “externo”) e de biologia (“estudo da vida”). Essa é uma área nova dentro das ciências modernas e trata-se de uma interdisciplinaridade, pois a exobiologia precisa de conhecimentos de como se formou o sistema solar, de conhecimentos em bioquímica, em bioastronomia, entre tantos outros. Um pouco diferente da biologia que é estudada quase que exclusivamente por biólogos, a exobiologia é foco da atenção de físicos, químicos, astrônomos etc.

A criptozoologia é um ramo do conhecimento humano que estuda os animais sob uma ótica diferente da biologia e da exobiologia. O termo criptozoologia tem origem em duas palavras, cripto (que vem do grego “kryptos” e significa “oculto”, “escondido”) e zoologia (o ramo da biologia que estuda os animais). Em uma de suas principais linhas, ela estuda os animais hipotéticos ou aqueles avistados por poucas pessoas. Entre os animais estudados pelos criptozoólogos estão o “Monstro do Lago Ness”, da Escócia; o “Pé-grande”, dos Estados Unidos, o “Ogopogo” do Canadá e o “Yehren”, da China.

Apesar desse ramo do conhecimento parecer absurdo, os criptozoólogos citam exemplos de animais que, no passado, foram considerados hipotéticos e hoje se sabe que sua existência é real. Como exemplo desses animais eles citam: (1) a lula gigante (presente em diversas lendas e até nos contos de Júlio Verne), (2) o celacanto (peixe pré-histórico que habita o fundo do oceano), o (3) ornitorrinco (mistura de pato, peixe e mamífero que vive na Austrália), e (4) o dragão de Komodo (lagarto que vive em ilhas da Indonésia). Esses animais reais e amplamente estudados foram tempos atrás considerados fantasias alucinadas ou apenas lendas.

Além dos criptozoólogos, existe um outro grupo de estudiosos extremamente controversos e instigadores. Eles se tratam dos ufólogos, que são estudiosos de fenômenos curiosos e fatos, aparentemente, inexplicáveis, associados aos OVNI’s (objetos voadores não identificados) e aos ET’s (seres extraterrestres).

Para os ufólogos existe vida em diversas partes do nosso universo, que pode ter origens diferentes dependo das quatro hipóteses existentes. A primeira delas e mais conhecida trata-se da hipótese extraterrestre, que defende a origem da vida como originária em outros planetas e galáxias. A segunda é a hipótese intraterrestre que, diferentemente da primeira, acredita que todos os OVNI’s e seus respectivos tripulantes são provenientes do interior da Terra, ou seja, eles são integrantes de civilizações subterrâneas muito evoluídas. A terceira hipótese é a intertemporal que diz que as naves seriam originárias de outros lugares correspondentes a outros tempos (passado ou futuro), ou de outros planos temporais. A quarta hipótese é um pouco parecida com a terceira. Ela é a interdimensional e aponta a origem dessas naves e seres como vindos de outras dimensões de nosso universo.

Os estudos da criptozoologia e da ufologia são muito populares e estão difundidos em todo o mundo. Existem centenas de associações, clubes e entidades que publicam inúmeras revistas, livros e documentários acerca desses temas. Mas, mesmo assim, muitas pessoas consideram que essas coisas são pseudocientíficas, ou seja, tais pessoas pensam que a criptozoologia e a ufologia não apresentam fatos que podem ser comprovados cientificamente. Dessa forma, tais pessoas dizem que os criptozoólogos e os ufólogos não estão estudando formas reais de vida, mas apenas mitos, lendas, fatos curiosos e alguns acontecimentos reais, sob um enfoque equivocado.

Mas, quero lembrar a todos que, não precisamos estar enquadrados em nenhuma dessas categorias de estudiosos, para saber que a vida se trata de um bem inestimável, sendo, portanto, uma obrigação de cada um de nós trabalhar individual e coletivamente para protegê-la.

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Publicado no Jornal Atitude, edição n. 13, p. 02, de 19/10/2007. Gurupi – Estado do Tocantins. Disponível em: http://www.atitudetocantins.com.br

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

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Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 14/01/2007
Reeditado em 31/12/2011
Código do texto: T346571
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