Progresso Moral
A vida só se justifica se houver progresso moral. Viver e não realizar nenhum esforço no sentido de avançar no rumo certo é como não ter vivido. É passar pela vida e não nota-la, por estar muito preocupado consigo mesmo. Não se pode viver por completo fazendo tudo pela metade; o meio homem é sempre meio honesto, meio verdadeiro, meio bom, meio religioso, meio caráter. A meia ponte não atravessa os rios, a meia estrada nos leva a metade do caminho. A agua morna não aquece em dias frios nem refresca no verão.
Ficar parado no mesmo lugar, ser arrastado pela correnteza ou voar em asas alheias é a mesma coisa. Quem pensa em progredir não pede carona, segue com as próprias pernas e se essas lhe traírem se arrasta em direção ao alvo escolhido. Avançar ainda que sofra, porque se a dor pede medidas imediatas e urgentes, repara-las significa mais dor. Contudo, permanecer imóvel quando a vida exige movimento diário, é morrer estando vivo. Sofrimento é estado permanente se aquele que sofre não conhece a felicidade verdadeira. O prazer de um orgasmo não se compara a dor do parto; se um, dura, apenas, alguns segundos o outro é eterno; se um é o meio o outro, o fim. Padecer toda uma vida e experimentar um único instante de felicidade real é bem melhor que uma vida toda de alegrias e sofrer no momento derradeiro. O primeiro é processo de construção, o segundo de desmoronamento.
A evolução não é uma escolha, mas uma determinação posterga-la é atrasar a marcha dos valores. A retaguarda quando não serve de estratégia é refugio dos covardes. O progresso moral não reclama virtudes repentinas, essa vem depois daquele, mas é indispensável à honestidade. Ser honesto com os outros e consigo mesmo.