O Genio
A Terra não é morada de anjos e a perfeição sopra distante da humanidade. Persegui-la, entretanto, é necessário.
Como ser simplesmente homem em toda sua plenitude e beleza?
A busca é individual dentro do coletivo. As ideias se propagam, erguendo, ou destruindo. Absorve-las, ou irradia-las é função própria de cada homem. Tombar e cair, levantar e prosseguir é escolha pes-soal. Quem pensa em crescer deve caminhar sob a égide das próprias ideias sem ignorar a reação em cadeia.
O novo cabe aos gênios, a nós a repetição; dizer a mesma coisa de maneira diferente. Há entre nós aqueles que se orgulham de suas criações. No entanto, no universo nada se cria tudo se transforma a partir do que já existe. Todo conhecimento provem de um saber pré-existente; a verdade absoluta e total só promana de uma única fonte: DEUS.
Nenhuma teoria, ou fato pode se sustentar, nem vencer sem que brilhe na vanguarda o pensamento do gênio. Sem eles, ainda hoje, a humanidade estaria reduzida aos símios. São eles os desbravadores do mundo, os construtores do progresso; derrubam barreiras, quebram regras, abrem novos horizontes.
O gênio não há de ser sempre um intelectual, mas há de prevalecer entre eles, em qualquer circunstância, os valores morais. Basta notar, que o maior gênio da humanidade não frequentou nenhuma escola, não cursou nenhuma faculdade, não possuía títulos acadêmicos; contudo, os homens caminham à luz dos seus ensinamentos.
O gênio é quase sempre um solitário. Todavia, jamais experimenta a solidão. É corajoso e ousado, mas humilde e prudente. É generoso, nunca bajulador. Imparcial e justo, porém, nobre. Sua palavra é sempre sim, ou não. Perseguidor incansável da verdade, quando a encontra não se orgulha, nem a revela por inteiro. Em tempo nenhum desiste de seus ideais, muito embora, reconheça que seus objetivos não podem ser alcançados em uma única existência. Não se prende a nada, nem a ninguém se acorrenta; é livre, sem ser irresponsável. Não sustenta ilusões, entretanto, não despreza o necessário. Desdenha as alegrias da vida, vive a felicidade por antecipação. Não se ajoelha nunca, obedece para contribuir. Reconhece suas fraquezas e imperfeições, mas tem consciência de sua força. Está sempre disposto a renunciar suas vontades para o bem geral, mas não exige o mesmo daqueles que o cercam.
O gênio nunca é reconhecido, senão, após a sua morte. Cabe nos identifica-los no tempo, no espaço e segui-los sem jamais retroceder.