Evolução
No universo, todo o progresso conspira para evolução. A matéria evolui em todas as suas formas, das mais simples as mais complexas. A terra agita-se violentamente no espaço, perfazendo a historia, que a humanidade já viveu e construindo outras, que ainda viverá. Em cada geração, avança a massa encefálica, modelando o homem moderno; a consciência se expande em cada novo amanhecer da humanidade: do extinto a razão, da razão a fé. Esta última, inexplorada em profundidade, largura e comprimento; se dominada na intimidade inspira maior segurança; é como o extinto, nunca erra, não dá murros em pontas de facas; seu bote é certeiro; seu voo, calculado. A alma humana se alarga em todas as direções, multiplicando os valores. Jorram os matizes luminosos do pensamento superior, ampliando as ideias e gerando sabedoria.
A evolução, no entanto, não se processa de maneira isolada, nem em jatos que se entrecortam no tempo. Estabelece-se de maneira contínua e ordenada. O abstrato e o concreto entrelaçam-se no sistema evolutivo. Ora, agindo em um; ora, agindo no outro: matéria, energia, espirito; movendo um, impulsa os outros, preparando lhes o advento da perfeição.
Junte-se, a alma do gênio, um corpo de primata e não se produzirá mais do que algumas ferramentas de pau e de pedra. Imagina o homem, um objeto voador, que o levará com segurança a viagens interplanetárias em curto espaço de tempo e lhe falta o elemento primordial, não encontra em parte alguma o material encefálico adequado para realização do seu projeto.
Se os avanços tecnológicos tem produzido maravilhas em vários setores da vida; nada mais tem feito, do que aumentar ou diminuir componentes, ampliar e reproduzir métodos, copiar técnicas, conforme suas necessidades comerciais. Vivemos um período de sístole intelectual; uma inatividade moral, individual e coletiva. Recusa-se, ao homem, todo o aprendizado que lhe trará progresso e prosperidade. Recusa-se, o universo, a atendê-lo de maneira proposital e dirigida. A alma humana não está pronta para a gloria, não a merece, nem a deseja. Somente as experiências dolorosas e o caos absoluto são necessários nesse momento de lapidação. O valor do diamante está na lamina do esmeril. Quem admira a excelência da escultura, não enxerga os golpes de talhadeira que lhe foram arremessados.
A sociedade dá meia volta rumo à barbárie, a meio caminho do homem primitivo, a alguns passos do homem contemporâneo. A economia arrisca seu último passo com a globalização; gerando riquezas nunca antes imaginadas, criando um abismo nos corações. Nas trevas onde se encontra, o homem não sabe para onde ir, vaga sem diretriz. É preguiçoso demais para ascender à faísca que aquece e ilumina. Não pensa, e por isso padece. A luz das ideias apagam se no horizonte da consciência; os valores morais paralisados diminuem, à medida que a matéria se agiganta. Perde o homem, perde a sociedade.
“Buscai primeiramente o reino de Deus e sua justiça e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas”. Mateus 6:33
A humanidade evolui sem intervalos ou solavancos, ainda que tenha o ventre calejado e as mãos encardidas de injustiça e de vergonha, mas ter asas amplifica o processo, sem causar dor e sofrimento. Quem corre nas planícies e voa além dos cumes, não pula entre pedras, nem rasteja sobre areias. Pensa e vive e se não pensa não vive, nem ambiciona viver. Quando, todos sonham com o castelo das vaidades do mundo, eles se contentam com a choupana que os protege das desilusões. Enquanto todos desejam a mesa farta e sentam se a ela sem fome, eles regozijam-se com a fatia de pão que lhe é oferecida. Sobra do banquete espiritual dos (1) Deuses.
Estes homens, generosos na dor, enérgicos na alegria, buscam a perfeição a cada batida do musculo cardíaco.
(1)Termo utilizado pelo autor para definir os gênios da humanidade.