Sobre o falo
Como bem sabemos, o “falo” não é o apêndice, não se trata da coisa em si, mas um elemento psíquico de emponderamento, identificação, espelhamento do indivíduo quanto às suas potencialidades para ser-estar e saber-ser.
A relação fálica com o mundo quando movida num ego em desequilíbrio poderá induzir à um tipo de agressividade, exclusivamente canalizada ao belicismo, à busca pelo poder sobre o outro e a tudo que se interpuser a esse movimento.
Na erótica da vida o falo se revela... Pois, para que elementos criativos nasçam, se movam na ativação dos códigos, se faz mister irromper do repuxo gravitacional e insurgir para frente, para trás, para baixo, para o alto... numa dança atômica que atritam íntimas moléculas elementares.
Penetramos a matéria na anti-matéria e somos penetrados diariamente pelos substratos subatômicos que emanam da intimidade dos nascedouros da Vida. Com o falo _ que não se refere à genitália masculina_ ativo na consciência, habitamos a morada dos deuses e codificamos novas formas de vida; planejamos, elaboramos, criamos os princípios básicos da manifestação física das formas-pensamento e apreendemos a Lei que rege os mananciais da experiência criadora, germinando em cada criatura.
Somos conteúdo e continente da criação, co-criadores deste espaço-tempo e nosso destino inclui sermos os portadores da assertiva criatividade. E para atingirmos esse patamar com lucidez é preciso assimilarmos que somos consciências transitando num mundo dual, fortalecido pelo movimento do livre arbítrio. Portanto, solo rico em possibilidades e que a lição básica é pela busca do aprendizado multidimensional, do autoconhecimento, do auto-enfrentamento e da relação sistêmica e cosmoética com os múltiplos representantes da Vida.