DIÁRIO DE ANO NOVO
Iniciei o ano novo fazendo tudo diferente. Cansei das convenções de aguardar o novo ano de branco, na praia ou comemorando.
Enquanto os ponteiros marcavam zero hora de 1º de janeiro, eu me encontrava literalmente adormecida, sonhando com o que posso e sou capaz de fazer no ano novo.
Então, 2012 é o ano da renovação. Não farei uma lista de prioridades, tão pouco seguirei as convenções que nos são impostas.
Quem sabe eu repare um ou outro erro. Quero, sobretudo, viver...
Quero pegar não o avião ou o ônibus errado, mas o caminho errado e, ainda que perdida, quero encontrar comigo mesma e não com a mulher que por um momento se perdeu nas angústias, que se prendeu em ilusões e na fantasia da vida perfeita, isso é realidade.
Quero olhar para o espelho do tempo e perceber que não preciso ser o que todos desejam que eu seja, mas que preciso ser eu mesma, a mulher na sua essência mais verdadeira, porque isso é aceitação.
Quero me apaixonar, não por um alguém, mas pela vida que está ao alcance dos meus olhos, mas que por vezes me permiti enceguecer. Vou abrir meus olhos e perceber a vida, escutar os seus sons, escrever seu fascínio, cantar sua beleza.
Quero abraçar o céu, ainda que não possa alcançá-lo. Falar ao vento dos meus anseios e escutá-lo quando roçar meus cabelos.
Quero sentir o mar, desfrutar do seu perfume, deitar sobre a areia e me despedir do sol.
Quero ver a lua chegar enfeitada de estrelas e vê-la partir antes da aurora que anuncia um novo dia, o recomeço da vida, porque cada dia é um recomeço.
Não quero pensar no que podia ter sido, no que poderia ter acontecido, mas nas inúmeras possibilidades que temos.
Não pretendo falar sobre o adeus, mas sobre os encontros, os reencontros, porque o sol e lua ainda que não se vejam, não se encontrem, permanecem resplandecentes.
Não quero falar das perdas, mas de todas as conquistas. Quero superar medos, transpor obstáculos, enfrentar desafios, porque este é o sentido da vida, é o que nos move.
Quero responder as indagações, questionar, criar, ser capaz de recriar. Seguir em frente ao invés de correr atrás. Buscar ao invés de esperar.
Quero lançar-me a vida como uma gaivota que se lança ao mar na busca ao seu alimento.
Quero escrever e reescrever. Aprender e reaprender, pois desta forma, ao final, não restará dúvida. Saberei olhar para o espelho do tempo e ter a certeza de que me permiti viver, porque o tempo não para e jamais retorna e, que melhor do que as lembranças é viver o presente e fazer de cada dia como se fosse o único. Pois precisamos viver o presente como se o futuro nunca chegasse, isso tudo com responsabilidade.
Esse ano novo será o tempo em que promessas se cumprirão, portas se abrirão, milagres acontecerão, basta acreditarmos e persistirmos em nossos ideais.
Em 2012 não pensarei no como, mas no que sou capaz de fazer. Lembrando que a vida, que muitas vezes nos tira o que amamos é a mesma que nos traz algo que aprendemos a amar, pois tudo o que é realmente nosso, nunca se vai para sempre.