Pedagogia Hospitalar
Não há nada que as crianças gostam mais do que brincar e se divertir. Assim é em todo lugar, em todas as culturas, pois a característica mais forte da infância é o gosto pela alegria proporcionada pelos jogos e brincadeiras. Por essa razão que é tão difícil alguém associar o ambiente frio e silencioso de um hospital como um espaço adequado às crianças.
Nenhum de nós, adultos de hoje e crianças de ontem, desejaríamos que um de nossos pequeninos passasse um período num hospital ou clínica médica, pois todos sabemos como é difícil estar num ambiente assim, sendo privado da diversão e alegria que se compartilha com os colegas da escola e amigos da vizinhança.
Tristemente, muitas crianças precisam passar longos períodos internadas para tratamento médico. Em inúmeros hospitais das Regiões Sul e Sudeste existem centenas de crianças sendo tratadas para cura do Câncer e para tratamento de queimaduras. Na Região Norte muitas crianças passam longos períodos, algumas vezes até mais de um ano, se recuperando por causa de acidentes de escalpelamento nos barcos. Esses são só alguns exemplos, mas existem diversos outros motivos que forçam crianças e adolescentes à internações prolongadas.
Não é difícil entender que quando as crianças são hospitalizadas, deixando o convívio escolar, elas perdem muito mais do que o conteúdo das disciplinas, pois ao deixarem seu principal meio de socialização elas acabam ficando tristes e desamparadas, o que prejudica também sua recuperação durante o tratamento. O afastamento do convívio de amigos e familiares afeta a auto-estima e reduz os resultados na melhora de saúde.
É aí que surgiu a Pedagogia Hospitalar, como um meio de oferecer uma assessoria diferenciada por meio de atendimento emocional e humanístico para crianças e adolescentes como também para seus familiares, com intuito de dar continuidade na escolaridade formal e melhorar a adaptação de pacientes em hospitais.
Nos últimos anos várias unidades hospitalares por todo país já se adaptaram a essa nova realidade, criando ambientes mais aconchegantes e alegres, de modo a proporcionar oportunidades para que as crianças sigam suas atividades costumeiras, como, estudar, jogar, falar, sorrir, correr, pular, conviver com outras crianças etc., o que gera contribuições imediatas na eficiência do tratamento de saúde.
Vale destacar que as propostas da Pedagogia Hospitalar não se limitam apenas a idéia de criar um ambiente hospitalar mais alegre e educativo para nossas crianças e adolescentes, pois vai bem além disso. O que se busca é a transformação geral nos serviços de saúde, favorecendo um novo modelo de política pública que esteja alicerçado em valores essenciais à construção de uma sociedade mais justa e saudável, como, o amor, a solidariedade, o humanismo, o comprometimento profissional e o respeito às diferenças.
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Ilha de Marajó – PA, Dezembro de 2011.
Giovanni Salera Júnior
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187
Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior