A VIDA COMO ELA É

Ao abrir os olhos da consciência e observar o nosso corpo físico com suas necessidades e desejos, logo chega a vontade de realizá-los e assim ficarmos satisfeitos. Muitas vezes sem nenhuma preocupação, que a realização dos meus desejos possa prejudicar a integridade do próximo. Usamos a inteligência para aumentar o nosso poder de influência material e para isso não existe outra dimensão onde a vida possa se desenvolver. Estamos tão presos dentro dos interesses da matéria, que a mente, à serviço desse conceito e em busca de maior capacidade de garimpar a verdade dentro da realidade ainda desconhecida, constrói a ferramenta racional da Ciência. A intuição, que extrapola os limites pragmáticos do racional, levanta suposições de longo alcance, de uma vida que se realiza e que se perpetua para além da vida material, para uma dimensão espiritual. Ao aplicar a ferramenta científica para o exame dessa hipótese, nos defrontamos com fatos que sustentam a sua existência. Mas como não conseguimos fazer a ligação direta e imediata com a dimensão material, passamos a construir contra-argumentações e deixar no ostracismo os fatos que abrem novas perspectivas de vida para o mundo transcendental. Sem querer, de forma inconsciente, nossa mente pragmática cria bloqueios que repudiam a existência de todo e qualquer outro fato que fale da existência e perpetuação da vida em outras dimensões. São pessoas que podem alcançar um alto nível de graduação acadêmica, de aquisição de conhecimentos, mas todos eles voltados exclusivamente para o mundo material e para a sistemática de sua existência e evolução. A própria consciência fica resignada de sua efêmera existência, do berço ao túmulo.

Enquanto isso a realidade conhecida e desconhecida continua a fluir ao longo do tempo, independente que tenhamos ou não a consciência de sua existência. Para aqueles que aceitam os fatos como eles se apresentam e não tentam escamotear os contraditórios para preservar os conceitos pré-formados, a existência de outras dimensões extra-físicas, transcendentais se tornam compreensíveis, racionais e de completa integração à dimensão material, imanente. Os fenômenos intuitivos que chegam à nossa mente passam a ser respeitados e temos a compreensão que o nosso corpo material é apenas mais um reflexo dimensional da expressão da vida. Desenvolvemos a lógica da essência do viver humano e a deslocamos do conjunto de trilhões de células que formam nosso corpo para uma fagulha de consciência que o habita provisoriamente, que tem a chance de ser educada a cada momento com as próprias necessidades que esse corpo biológico apresenta. Entramos agora numa dimensão muito mais ampla do que o simplesmente material. Além deste campo imanente, temos agora a considerar também o campo transcendental onde a consciência pode penetrar e continuar evoluindo sem a necessidade do corpo material. Neste nível consciencial os princípios científicos continuam a existir, a razão e a lógica continuam imprescindíveis para a análise de dados, da quebra da ignorância, do desbravamento da verdade. Não estamos agora somente limitados ao ver, pesar, medir do campo material. Integramos também a isso o racional com total pureza lógica, capaz de quebrar qualquer argumento que se contraponha aos fatos e queiram preservar as nossas crenças. A verdade garimpada por meio das pesquisas agora se torna independente de quaisquer preconceitos.

Assim, vamos assumindo cada vez mais uma condição de cidadãos mais livres e mais conscientes do mundo à nossa volta. Consideramos que a energia condensada na matéria é muito útil para a educação de nossa consciência, enquanto com ela estiver relacionada intimamente. A consciência tem agora a maior responsabilidade, adquirida pela maior aquisição da verdade da vida, de comandar os trilhões de células colocadas ao nosso dispor. Não deixam que os interesses egoísticos de cada célula representados no coletivo do corpo, cheguem a comandar nossas ações humanas, quer sejam no nível familiar, político, comercial, religioso ou acadêmico. Onde existir ação que prejudique o desenvolvimento do próximo, a qualidade do meio ambiente ou a arrogância do poder/saber, aí encontramos uma consciência que ainda não ultrapassou os limites da matéria e aonde ela temporariamente se expressa. Existem prejuízos? Sim! Para uns e para outros. Para os que exercem suas ações e poder com essa viseira consciencial e para os que sofrem seus efeitos, principalmente entre estes últimos, àqueles que também têm suas viseiras.

Nesta fase atual da vida como ela é, como ela se apresenta a nós, surge uma consciência mais clara do nosso papel dentro dela. Tudo é uma questão de educação, de sair gradativamente da ignorância, de ampliar o nível de conhecimentos. Mais ainda, que os nossos principais adversários são internos, nossas paixões, vícios e orgulho.

Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 26/12/2011
Código do texto: T3407640
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