DOS DIAS QUE A VIDA NOS OFERECE
Já houveram dias em que
A escuridão era a mim servida
Como um prato frio.
Somente dela eu me alimentava,
De suas sombras retirava a vida,
Da penumbra vinha a energia
Para a minha rala, parca existência.
Já houveram dias em que a solidão
Era a única única flor que sobrevivia
Naquele devastado jardim sobre o meu peito.
De seu perfume somente eu me inebriava,
Sob o seu silêncio eu dormitava,
Após a erma rotina de exaustão
Mas eis que um dia degustei uma
pequena porção de luz esquecida,
N´algum canto daquela vida,
E seu sabor sobremodo iluminou-me,
Suas cores invadiram-me as narinas,
E deixaram-me com a fome mesma
Que as estrelas têm de brilhar.
Luz, agora farta-me de aurora!
Transborda-me de manhã bonita,
Sacia-me com mil verões!
Até que eu morra,
Ensolarada.