Sobre as Religiões

Sobre as Religiões

Primeiro vamos definir religião e depois expor vários argumentos que as desqualificam. Para começar, seja aceito religião como sendo uma interpretação do mundo que se caracteriza pela crença em um mundo espiritual (oposto ao material) habitado por seres viventes (divindades, espíritos) e com superioridade, a quem são feitos pedidos por interferências através de rituais. Uma religião também pode possuir um código de ética para seus membros. O que diferencia uma religião de outra é basicamente o tipo de divindade em que se acredita ou segue, o tipo de ritual que é feito para comunicação intermúndio, assim como o código de ética que define o que cada uma considera certo ou errada. Geralmente suas doutrinas se encontram em livros considerados sagrados por seus membros, mas também podem ser transmitidas oralmente, inseridas na cultura local.

Um fator importante das religiões são as respostas as três perguntas fundamentais sobre a vida e o universo.

1. De onde nós viemos ou como tudo começou?

2. O que nós somos ou qual é o sentido da vida?

3. Para onde vamos ou o que há depois da morte?

São perguntas simples, porém as mais difíceis de serem respondidas. Somente os religiosos consideram simples respondê-las, pois, segundo eles, já receberam estas respostas de suas divindades e espíritos, e isto será analisado abaixo.

Argumentos contra a religião.

1. Sobre a existência do mundo espiritual e de seus habitantes.

Não podemos nunca nos considerar o centro do Universo. Nós humanos somos seres limitados intelectualmente e fisicamente. Nossas mentes são muito menos que poeira se comparada a tudo que existe além de nós. Existe uma infinidade de planetas. Logo, seria mais provável apostar que não é só na Terra que existe vida. Nós só possuímos cinco sentidos. Logo, seria muita pretensão acreditar que o Universo foi feito somente para nós e que não exista nada além que não possamos perceber. É simples observar que das várias formas de vida na terra, cada uma tem seu jeito de “sentir” fisicamente o mundo, o que dá a cada uma um nível diferente de consciência da realidade. Nós, seres humanos, sabemos que podemos sentir o mundo fisicamente, refletir e aprender sobre ele de acordo com nossa condição física e mental.

Há aqueles que afirmam que além dos nossos sentidos, que percebem o mundo material, existe um mundo imperceptível ou espiritual. Eu apostaria sim na existência de tal coisa, porém o que as religiões afirmam, e de forma muito divergente, carrega as marcas da fantasia e do delírio. Sem nenhuma prova até o momento, este mundo além dos sentidos continua sendo somente um espaço aberto para especulações interesseiras e fantasias particulares voltadas para o romance épico.

Qualquer prova, para ser científica, deve ser acessível a todos e não somente a um grupo privilegiado de pessoas que possuem visão além do alcance e que se encarregam de ser nossos mensageiros. Acreditar nestes ditos representantes pode e tem se mostrado ser perigoso, pelo menos no sentido do ignorantismo.

2. Sobre os rituais.

Disso não se precisa falar muito. É simples mostrar como é ridículo e desnecessário. Imagine você como sendo um ser superior com muitos poderes. Agora me diga, por que você só consegue se comunicar com os seres inferiores se estes recitarem ladainhas decoradas, numa determinada posição ou usando certos utensílios? Pense bem. Você realmente é superior? Se for, deve estar brincando com a cara dos seus súditos ao impô-los que se dirijam a você somente destas formas. Há diversas religiões que não se apegam muito aos rituais. Os usam somente como exemplos de tratamento as suas divindades e não como fórmulas mágicas. Porém, há também aquelas em que os rituais e a liturgia são fundamentais.

Concluindo, as divindades que se comunicam somente através de símbolos, fórmulas mágicas, entre outros rituais, ou são inferiores, por não possuírem se quer uma linguagem ou forma de se expressar mais apurada que os humanos, ou debocham de seus seguidores ao fazer-lhes exigências desnecessárias.

3. Sobre as divergências.

Cada religião diz uma coisa e existem milhares de religiões e suas seitas no mundo. Porém, a Verdade é única. Logo milhares, menos uma, estão dizendo mentiras, o que faz um membro religioso possuir segundo as probabilidades praticamente 100% de chance de estar sendo enganado, pelo menos no quesito: qual divindade acreditar e que ritual praticar.

Estas várias revelações diferentes e até contraditórias, ditadas pelo mesmo deus a vários representantes e fundadores de seitas, tornam as religiões um berço de descrédito. As contradições de um mesmo deus mostram que muita mentira está sendo dita em nome dele. O único jeito seria o próprio deus vir até nós e dizer pessoalmente o que quer. Assim não existiria mais margem para discussões.

Enquanto isto não acontece, eu vou seguir o caminho mais sensato que é não dá ouvido aos “mensageiros” humanos.

4. Sobre os dogmas.

Considerar algo sagrado, imaculado, perfeito e inquestionável é o melhor caminho para ser dominado pelo medo e pela ignorância. O ser humano quando santifica alguma coisa, ele a põe em uma ordem hierárquica superior. Há aqueles que são responsáveis pela manutenção do sagrado, e considerados os mais próximos das divindades. Estes, porém, usam destas vantagens para manipular seus inferiores de acordo com suas próprias convicções, dando interpretações das leis, que por serem sagradas (dogmas), não são questionadas pelos súditos com medo de retaliações de seus companheiros ou por um medo absurdo de ser castigado por um ser imaginário.

Este medo do questionamento dos dogmas, que nada mais são que A MENTIRA DA VERDADE ABSOLUTA, é a principal causa do autoflagelo. A principal função dos dogmas, além de enganar, é fazer com que cada um tenha um deus carcereiro interior que o deixe livre para julgar os outros e prontos para perdoar a si mesmos quando não se castigam.

Isto é uma metáfora da “consciência” como código de ética interno. São os reguladores da disciplina para aqueles que não possuem boa moral.

Quando você não coloca nada acima de si mesmo, você passa a ter o controle da sua própria vida.

Perguntas e respostas.

Terminarei este texto respondendo algumas perguntas básicas com muita sinceridade e ignorância.

1. De onde nós viemos ou como tudo começou?

Como simples resposta digo, não sei. Tudo que disser além disso, estarei usando de minha imaginação e isto não pode ser considerado verdade.

Acredito também na impossibilidade de se conhecer uma resposta verdadeira a esta pergunta, pois a causa da origem universal não existe. Observe pela lógica que a causa precede o efeito e a causa da origem do Universo, que é o conjunto de tudo que existe, é anterior a própria existência, logo ela não pode estar incluída no Universo, e não existe.

2. O que nós somos ou qual é o sentido da vida?

O mundo em que vivemos é o mundo do “Eu”. Talvez exista algum propósito maior para nossa existência. Algo em que todos façam parte e não somente a “salvação individual da alma”. Todos nós possuímos um instinto de sobrevivência e um proceder automático sempre em busca do sucesso. Porém a vida individual é muito curta e o Universo extremamente grande e complexo. Acredito ser uma vaidade exagerada acreditar que a vida de uma pessoa aqui na Terra é o que mais importa a um deus. Este é um pensamento antropocêntrico antiquado. Penso que a importância maior está em grande escala e não em um indivíduo. Somos parte de um processo maior, o qual cabe as especulações, mas pensar assim caminha próximo a algo mais provável e sensato.

3. Para onde vamos ou o que há depois da morte?

Infelizmente só poderei responder após minha morte. Ou talvez não. As afirmações de vida após a morte não possuem provas científicas. Os métodos utilizados em tais experimentos podem possuir características de cientificidade, mas falham quando se mostram incapazes de serem reproduzidos, revisados ou modificados, e estas são talvez as mais importantes características do conhecimento científico, poder se mostrar igual para todos. O que algumas religiões têm feito é se aproveitar do respeito e do crédito dados a algumas ciências para especularem a seu favor sobre conhecimentos ainda obscuros.

Um exemplo clássico foi o Éter, que quando era uma hipótese da Física no fim do Século XIX para o movimento das ondas eletromagnéticas, como a luz, foi utilizado pelos meios espiritualistas que estavam em voga na época para justificar cientificamente a essência de Deus e do mundo espiritual. Inclusive temos registros que os vários “espíritos” de grandes cientistas nos comunicavam a este respeito através de médiuns. Porém após as experiências de Michelson e Morley e muitas outras depois, foi comprovado que um meio com propriedades “mágicas” como o Éter não poderia existir e também a descoberta de que velocidade da luz era independente do referencial adotado, o que levou a Teoria da Relatividade Restrita por Einstein. E hoje, Einstein é considerado como um espírito iluminado por alguns teosofistas, o que mostra como eles são volúveis e como a ciência para eles só representa um meio de conseguir crédito.

Se experiências com o mundo espiritual pudessem ser reproduzidas cientificamente, não existiriam mais dúvidas e a humanidade não precisaria mais crer e sim saber. Porém o que vemos hoje são algumas religiões vestindo uma roupagem científica por interesses em manter em credibilidade seus delírios mais românticos.

Por ToWo

ToWo
Enviado por ToWo em 16/11/2011
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