Empregabilidade: um capital volátil

Segundo o filósofo grego, Heráclito, “a única certeza na vida é a mudança”. Nos dias atuais, essa certeza é acentuada. O mundo se transforma numa velocidade crescente. As novidades se sobrepõem muito antes da nossa capacidade de absorvê-las. Novas tecnologias tornam obsoletos aquilo que era moderno num período de tempo cada vez mais curto, e isso nos obriga aprender, a especializar, a reinventarmos continuamente, se quisermos estar conectados com a realidade.

Neste contexto, as relações de trabalho têm alterações profundas; as exigências de conhecimentos, de especializações, de habilidades se acentuam para aqueles que querem ingressar no mercado e para aqueles que querem manter-se nele. Os fatores que influem na dinâmica do trabalho, como o avanço tecnológico, internacionalização do capital e trabalho e a globalização, afetam os modelos tradicionais das organizações, passam a exigir adequações amplas e constantes por parte de empregadores e empregados; aqueles para se manterem no mercado, estes para manterem-se no emprego e ambos em prol da empregabilidade.

O conceito de empregabilidade tem significado amplo: define a capacidade das pessoas de manter-se em atividade e obter renda. Nos dias atuais o aprimoramento da técnica e a especialização em uma área de atuação, somente, não garantem a empregabilidade. Há todo um complexo que necessita ser operacionalizado na mesma medida: a capacidade de adaptação às mudanças, a captação de novas idéias, visão de mundo, quebra de paradigmas e ética. Muito mais que ser apenas um bom profissional, é necessário estar conectado com a nova realidade, e a nova realidade é urgente. Toda novidade, seja material ou ideológica, já traz na esteira a sua superação. Isto requer educação contínua, completa, muito além da tradicional. Educação que prepare para as mudanças, para o inesperado, para a resiliência; que forme para a honestidade, para o respeito ao meio ambiente, à saúde, às diferenças, aos direitos humanos, à eliminação de qualquer tipo de preconceito e da arrogância.

Muito diferente do que era na segunda revolução industrial, no início do Século XX, quando as funções eram rigidamente definidas, nos dias atuais os modelos de produção e das relações de trabalho requer generalidade de conhecimento e múltiplas habilidades. E mesmo aquelas demandas de especialidades exigem constantes buscas de capacitação e de reciclagens, por conta de novas tecnologias e inovações.

Vivemos uma era de emergência e de abrangência nas atividades humanas. Acelera o processo de mudanças na sociedade, a dinâmica de atuação das corporações e instituições se ampliam. Paradigmas absolutos caem por terra rapidamente; culturas diversificam-se e misturam-se, num mundo cada vez mais globalizado. Este contexto exige alerta máximo daqueles que desejam estar preparados para entrar e se manter no mercado de trabalho. ou seja, para aqueles que querem manter a empregabilidade.

José Roberto

Roberto Santos
Enviado por Roberto Santos em 07/11/2011
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