A máquina do mundo

máquina do mundo

Existe uma máquina que fabrica panos bordados automaticamente.

Fabrica um, dois, três sem interferência humana. Sai da máquina quatro, cinco, centenas de retalhos perfeitos. De repente, por algum contratempo nas leis mecânicas de sua estrutura, sai um com defeito. Sem uma cor do modelo padrão que produzia.

Não adianta tentar retornar a peça para a máquina para que ela o refaça, que não é possível. O tecido ficará defeituoso definitivamente. Nós pintamos aqui manualmente, fazemos uma sianinha para enfeitar e outros consertinhos para minimiza o estrago mas sempre seria um têxtil imperfeito.

Assim é na natureza: nasce uma criança bonita, perfeita, duas, milhares. Então, por alguns transtornos da natureza humana, surge uma cega. Não é possível devolver á mãe para reparos. A criança continuará sem visão. Arrumamos cão, bengala, cadeira, ensinamo-la a ler braile, mas continuará cega. Não resolve orarmos, pedir aos deuses, nem à natureza que a façam ver.

Eles não farão isto. Se pudessem teriam interferido no útero para evitar que a falha ocorresse. Suas leis naturais da vida não permitem esta participação. O que está feito, feito está.

Precisamos tem um deus, uma energia motora do espírito, assim como a máquina tem um m motor, para que tudo funcione, se trabalhe certo -- já vimos que nem sempre.

Sim, precisamos ter um alento de esperança de que as cousas aconteçam bem, como esperamos que a máquina fabrique nossos tecidos, mas esta energia telúrica, divina, cósmica, nousica ou qíquica, ou outro nome que a se caracterize, interage conosco, não é onipotente em si, não realiza por si só, não é autônoma. É mental, não atua no físico do mundo sem nossa falha participação; interage com nossos defeitos mundanos e por isto não contribui isoladamente para um produto final perfeito, porque depende de sua parceira siamesa, nós.

Os deuses todos poderosos, que trazem emprego ou felicidade á simples penitência não existe. O que se passa ao povo de deuses á disposição dos pedidos humanos não é real. Só é verdadeiro para aqueles que não conseguem perceber a sua participação na existência do mundo e pensam que um deus está por trás de tudo. Enganam-se e são enganados.

Às vezes investem muito tempo, dinheiro e vida tentando potencializar a sua parte energética e não corrigem sua parte material bastante falha, e o mundo caminha com guerra, aleijados, incompetentes e sábios e se fica esperando que as coisas melhorem só por dedicarmos algum tempo á divindades, esquecendo-nos da outra parte criadora, a imperfeição humana, que precisa ser corrigida.

Precisamos meditar na consciência de sermos honestos, corretos, morais, dedicados ao que fazemos, trabalhar para melhorar o mundo, colaborar com a natureza, com nosso EU interno e não nos dissociarmos dele e esperar que esta força magnífica que temos no imo consiga tudo de per si. Esta energia infinita só age se nós, seu repositório, a soubermos canalizar para feitos exemplares. Ela, por natureza, não realiza feitos irregulares. O íntimo do Homem é voltado ao belo ao salutar. É como a máquina e a natureza, programado para perfeição. Se algum trapo sai errado é algum defeito no maquinário: nós.

Se assim pensarmos e agirmos, realmente o mundo será outro.

(+ luiz carlos leme franco+)

lemefranco
Enviado por lemefranco em 21/10/2011
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