Racismo e Sexismo no Brasil é motivo de piada?
No Brasil o racismo e o sexismo é percebido como uma simples “brincadeira engraçada” ou até mesmo como uma piada usada para quebrara o gelo e entrosar pessoas de diferentes etnias. (brancos/as com negros/as e/ou entre brancos/as e destes com os não-brancos/as)
Certa vez, um supervisor de uma empresa privada na qual trabalhava chamou atenção um colega nosso de trabalho (negro) por um serviço segundo ele não tão bem executado.
Temendo perder o apreço e afeição de seu subordinado – uma vez que este desempenhava uma função onde atualmente existem bem poucos profissionais disponíveis no mercado- depois de passar-lhes as orientações técnicas falou sorrindo e acariciando-o com um tapa na nuca:
- Dessa vez faça trabalho de branco!
Ambos saíram da sala sorrindo e ficaram amigos.
No Brasil é assim, o racismo e o sexismo são temas recorrentes no cotidiano ora como piada, ora como chacota, um bordão conhecido do senso comum ou um ditado do imaginário popular, são utilizados como ferramentas de facilitação das relações entre diferentes raças, classes, serve para abrir a comunicação entre estranhos, colegas de trabalho, angariar a simpatia de outros. Frases como: mulher no volante, perigo constante, ou esta, mulher nasceu para pilotar fogão.
Quem nunca presenciou ou até mesmo participou de uma dessas conversas numa calçada, numa roda de amigos, num barzinho, em qualquer outro espaço e ambiente social. Conversas que reproduzem tanto o racismo quanto o sexismo. Agora pergunto: e por trás de tudo isto o que, quem se beneficia?
Outra pergunta é imprescindível: - E agora qual será a nossa posição diante de tal realidade? Nós agora temos uma outra consciência, somos formadores de opinião e nossa postura deverá ser outra bem diferente. Será a de reprovar, inibir e conscientizar para a construção de uma nova mentalidade social capaz de criar um novo clima, nova percepção.
Não tenho dúvidas de que a nossa geração é bem menos preconceituosa de que a de nosso avós e pais, apesar dos pesares. Nossos jovens e adolescentes são pelos menos mais tolerantes. Se se pode verificar avanços de mentalidade - ainda que seja de uma geração para outra - essa constatação é motivo de incentivo e motivação, de que nossa luta não é em vão, ela produz frutos. As pessoas não nasceram discriminadoras, aprenderam a sê-la, então podemos ensiná-las a serem respeitosas para com a diversidade seja de gênero, seja de raça.