A Dança da Solidão.
É mesquinho ter que medir sacrifícios, cobrar atenção e ainda mostrar as mãos limpas a quem vive a esconder falsas verdades em bolsos furados. Paguei um preço alto pela paz que não chegou... O Correio andou em crise!? E, ainda, sacrifiquei o “porquinho” das gorjetas que os anos mentirosos me doou. Moedas que contei sobre a cama desfeita na manhã de um dia frio e lindo, domingo, talvez inverno, nunca esquecido... Mas, nada é eterno, pensei. Nem a paz comprada à vista... Nem decepção de mulher... Mas estou na pista tentando entrar na lista de um sonho qualquer! De que me vale saber que a vida é uma festa, se nem sei dançar... E que o futuro é uma criança debruçada na janela, sorrindo na tela, esperando pela nova estação. Mas a vida não se cansa, e, enquanto a lua embala o sono dos aventureiros, eu e meu prejuízo companheiro, ficaremos apenas, ouvindo a valsa dos desiludidos, contando segredos pras estrelas... Novamente!
Marisa Rosa Cabral.