Despedida...

Ah, fecho os olhos para sentir a gélida brisa que me abraça neste instante.

Toco o passado com um tom de saudade e angústia.

Não desejo partir agora, mas me sinto fraco demais para continuar a lutar.

Resisti até aqui... Lutei com toda minha força.

Não tenho armas mais, nem mesmo munições.

Com tantas anestesias meu corpo adormece.

Me sinto tão leve que poderia até mesmo voar.

Mais cedo ou mais tarde, isso aconteceria.

Triste só é pelo pouco tempo que estive por aqui.

Muitas amizades conquistei, muitas coisas vivi,

De muitos atos inaceitáveis me recuperei.

E em um mínimo segundo minha rota mudou bruscamente,

E aqui estou... Deitado em uma cama de hospital,

Com o corpo todo costurado, inchado.

O coração já não bate como antes, Tão

quanto eu vivia fugazmente.

Mas minha mente quer viver, quer voltar, mas sabemos que se eu não atender o chamado agora,

Jamais retornarei aquilo que sempre fui.

É com muita dor, que deixo vocês... Mas esse mundo tem sido muito cruel comigo.

A vida é muito tênua e num piscar de olhos, deixamos-a.

A luz se aproxima. Já nem sei se é a sala de operações novamente,

Ou se simplesmente vieram me buscar para onde eu realmente devo ir.

Não, não farei mais birra. Não resistirei.

De repente, uma paz, um frescor invadem minha alma e já não sinto as dores.

Alguém segura a minha mão... E enfim, só o que vejo de fora

É meu corpo em um caixão e muitas pessoas ao redor a lacrimejar a

Morte de minha matéria e quem me dera que pudessem me ver,

Assitir como estou bem, como me sinto bem agora que acabou.

Agora, cantarei no coral do céu, passearei pelos tão famosos bosques dourados,

E sim, eles de fato existem.

Talvez, algum dia nos reencontremos, mas seremos outros.

Não teremos os mesmos nomes, a mesma cor, a mesma família.

Foi bom estar com cada um de vocês.

Aqui fica meu adeus.

E que não se preocupem, pois onde estou, não há cortes.

Não há tristezas, não há dor.

É melhor do que todos os lugares onde já pisei.