O regente.

Os passos dele podem ser escassos,

podem ser estilhaços, podem ser em maços,

podem ser, podem ver. Depende do tamanho

do nosso abraço, depende de quanto íngreme

for a nossa fé. Depende dos vãos nos degraus

na nossa alma, nas ranhuras que o dedilhar

do nosso fôlego souber aninhar. Depende,

também, de quantas vozes terão os nossos

sonhos, de quantos rebanhos ousarmos

cerzir ao longo do nosso caminho. Depende,

por certo, dos galhos e ramos que

teimarmos em esculpir no que entendemos

por vida, pelo menos por enquanto.

As nossas varandas também contam,

ah! se contam. No final de tudo, se

é que existe tudo, se é que existe final,

vamos entender que não foram só as

nossas pegadas que ficaram lá

jogadas na areia. Também não foram

só as cordas que nos prenderam,

ou mandaram soltar. Aquele regente

que fica lá calado nas coxias dos

nossos dias certamente dirá

a hora de ligar a luz ou baixar

as nossas cortinas de uma vez.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 10/08/2011
Reeditado em 10/08/2011
Código do texto: T3151611
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