Quarto de corpos e sonhos
Esta noite eu tive um sonho
Não pude conter-me de emoção.
Na cama, deixo o corpo, que ponho,
pra não despertar meu coração.
Como que de ribalta, o meu abajur,
entre o espetáculo e a expectativa,
a silhueta iluminava. Ah! Estava nu.
Saí-me do sonho, e vim pra ativa.
Esculpido, ingênuo e brilhos n’olhar,
neste cenário, num canto m’espreitava.
A cena se passava... O quarto, o altar.
Como num palco, o seu corpo encenava
toda a expressão de amor a representar,
o que agora em realidade vou lhe revelar.