Apenas Ser.
Ao olhar-me, vejo historias escritas em minha alma.
Sinto o fluir inexplicável do ser... Ao mesmo tempo a falta de sensibilidade de entender e escrever cada palavra...
Tento compreender o que é ser humano... Humano de verdade aceitando cada limitação, admitindo nossas imperfeições e fragilidades... No ápice do desenvolvimento, na era da tecnologia não nos enxergamos como homens limitados e sim como deuses... Buscamos a independência em todos os sentidos, provamos nossa autossuficiência...
E hoje somos ilhas cercados por águas... Águas de esquecimento.
Não sabemos como nos aproximar, falar ou exprimir sentimentos, pois esses representam fraqueza (o que para mim, ser fraco é não admitir que choramos, que somos inseguros, limitados em certos momentos como em outros somos incríveis capazes de grandes atitudes...)
Escondemo-nos atrás de nossos títulos, nossos feitos. Provamos nossas qualidades enquanto nossos defeitos praticamente berram quem verdadeiramente somos. Tudo se resume a praticidade, no fato que devemos produzir cada vez mais, mostrar mais e mais resultados eficientes para sermos aceitos, louvados em meio ao caos...
Nunca aceitamos o fracasso, o erro é sempre imperdoável...
Perdemos essência do que é ser humano... Somos homens, não máquinas...
E ao olhar-me prefiro ser brega por amar, errar...
Prefiro aceitar minha insegurança, respeitar minhas limitações do que morrer fazendo análise... Ou em um quarto com depressão.
Prefiro pedi perdão mil vezes, errar mil vezes do que me arrepender dizendo que nunca fui capaz de me permitir viver.
Prefiro morrer todo dia que me esconder atrás de máscaras perfeitas.
Prefiro o silêncio da minha alma, que falas vazias ecoando sons disformes, escravizando não mais o corpo apenas e sim a alma.