CERTAS CONFIGURAÇÕES ASTROLÓGICAS NA MINHA VIDA ATUAL - Esboço para um ensaio

Peço desculpas, de antemão, aos que, eventualmente, venham a ler o presente texto marcado por um sentimento fatalista e que não fala, em momento algum, do chamado livre-arbítrio. Desculpem-me, por favor. Astrólogo ou leigo absoluto na matéria em questão dirá que esta minha leitura é equivocada, parcial e só vê o lado escuro das coisas. Assumo: não estou conseguindo enxergar a saída luminosa, algum caminho, enfim, de escape, do labirinto existencial em que me sinto ‘atolada’, dificuldades que os aspectos astrológicos refletem, claramente, como um espelho limpo, a um ponto que, se me fosse possível e de direito especificar a realidade das circunstâncias, até mesmo os mais incrédulos se impressionariam. Para exemplificá-lo, a tal labirinto, deste ponto de vista astrológico, vou dizer apenas da presença de três planetas e de três aspectos planetários, a conjunção, a quadratura e a oposição, aspectos a envolverem dificuldades, às vezes grandes, às vezes quase insuperáveis: Urano natal, desde o nascimento e sempre, em conjunção com o meu Fundo do Céu natal, e Urano em trânsito, em conjunção com o Ascendente, em quadratura com ele mesmo, Urano, na sua posição natal, em quadratura com o Meio do Céu, em oposição à cúspide da casa 7; Saturno, o cobrador kármico, também em trânsito, na casa 7, a dos relacionamentos; Plutão, em trânsito, em conjunção com o meu Meio do Céu natal.

O planeta Plutão, que rege as transformações profundas, os "subterrâneos" do ser, a morte em seus vários níveis, também as ressurreições, além de estar, por trânsito, em conjunção com o meu Meio do Céu, o ponto inicial da casa 10, a casa que rege as metas de vida, a profissão, o trabalho, se encontra também em quadratura com o Ascendente, ponto inicial da casa 1, que rege as ações da vontade individual, assim como em quadratura com Mercúrio, na cúspide da casa 7, a casa dos relacionamentos, Mercúrio, que rege os movimentos, as várias comunicações, a escrita, a linguagem, em suma; Plutão em trânsito, ainda em oposição a Urano natal, o planeta que rege, entre outras coisas, a liberdade, na cúspide da minha casa 4 natal, a casa que rege os assuntos da família. Saturno, como já citei, o cobrador kármico, transitando pela casa 7, como também já referi, a casa dos relacionamentos em todos os seus níveis.

De todas as cobranças, a que me é mais funda e me está cravada na Carta de Nascimento, é a presença do planeta Urano no meu Fundo do Céu, a comandar a minha casa 4, a casa da família; Urano, regente do signo de Aquário, o planeta que rege a liberdade, "crucificado" no meu Fundo do Céu, porque em conjunção com a casa 4, em oposição ao meu Meio do Céu, em quadratura com o meu Ascendente, em quadratura com Mercúrio na cúspide da casa 7, a casa dos relacionamentos, a casa do casamento.

A DOR MAIS FUNDA DE TODAS: URANO, O REGENTE DO SIGNO DE AQUÁRIO, SIGNO DO FUTURO, PLANETA REGENTE DA LIBERDADE, ‘APRISIONADO’, APRISIONANDO-ME NO FUNDO DO MEU CÉU NATAL, NA CASA DA FAMÍLIA.

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Tenho a mais absoluta certeza de que nenhum astrólogo sancionaria a leitura “apocalíptica” que fiz aqui, dos aspectos astrológicos apontados, bem como estou certa de que astrônomos, psicanalistas, fundamentalistas [...] ortodoxos – rsrsrs - e céticos diriam que tudo isto são bobagens, na melhor hipótese; alucinações, na pior delas.

Como sou ninguém, ou melhor, como não passo de ficção de má qualidade e sem destino pelas ruas de novela sem começo, meio e fim, novela de um escritor anônimo que se alcunha ‘Zuleika dos Reis’, não tenho gabarito para contestar quem quer que seja. Sei que há muitos espelhos possíveis para se achar ou para se perder a imagem do próprio rosto. Neste texto, meu autor escolheu o da Astrologia. Ele tem escolhido muitos outros espelhos, ao longo dos seus textos, espelhos nos quais seu personagem (eu), tem achado e perdido, sem cessar, o seu próprio (?) rosto.

Na manhã de 12 de julho de 2011.