Teoria da relatividade poética

Podemos dizer poeticamente que a poesia é uma prosa apressada para descer para a próxima linha? É, podemos. Admitamos tal definição agora. Então, se fosse escrito com mais calma, "Eu, filho do carbono e do amoníaco, monstro de escuridão e rutilância, sofro desde a epigênese da infância a influência má dos signos do zodíaco" poderia ser o inicio de um conto, e não de um poema. Ou uma mensagem prosaica em código. Assim como o é, poderia ser tudo e nada, em prosa. Ou

Poder ser

Tudo

e

Nada

Em verso. Ou seja. Assim como certos poemas são prosas apressadas pra descer de linha, certas prosas são poemas com preguiça de descer a linha. O que desconstrói o absolutismo da afirmação anterior e nos leva a certa relatividade. Uma teoria da relatividade poética.

E = mc² , onde E é a essência prosaica ou poética, M é a maestria e C a criatividade. M e C cabem ao autor, E é apenas do texto. Tudo é relativo, até a poesia.

Se até a poesia

Imagina tudo?

Imagina nada.

Tudo é relativo

Dependendo da olhada, nada pode ser tudo, tudo pode ser poesia, tudo pode ser prosa, e tudo pode ser nada.

Dija Darkdija
Enviado por Dija Darkdija em 07/07/2011
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